quarta-feira, 30 de julho de 2008

O MAL QUE AS NOVELAS FAZEM


Tudo é apresentado de maneira inteligente e com requintada técnica. Certa vez, um amigo chamado Franz Victor, psicólogo já falecido, disse-me que “as novelas fazem uma pregação sistemática de antivalores”. Embora isso já faça bastante tempo, eu nunca esqueci esta frase. Meu amigo me disse uma grande verdade. Enquanto a evangelização procura incutir nas pessoas uma vida de acordo com os valores do Evangelho, a maioria das novelas estraga as pessoas, incutindo-lhes antivalores cristãos. As novelas, em sua maioria, exploram as paixões humanas, muito bem espelhadas nos chamados pecados capitais: soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça; e faz delas objeto dos seus enredos, estimulando o erro e o pecado, mas de maneira requintada. Na maioria delas vemos a exacerbação do sexo; explora-se descaradamente este ponto, desvirtuando o seu sentido e o seu uso. Em muitas cenas, podem ser vistos casais não casados vivendo a vida sexual, muitas vezes, de maneira explícita, acintosa e provocante. E isso no horário em que as crianças e os jovens estão na sala. Aquilo que um casal casado tem direito de viver na sua intimidade, é colocado a público de maneira despudorada, ferindo os bons costumes e os mandamentos de Deus. Mas tudo isso é apresentado de uma maneira “inteligente”, com uma requintada técnica de imagens, som, música, e um forte aparato de belas mulheres e rapazes que prendem a atenção dos telespectadores e os transforma em verdadeiros viciados. Em muitas famílias já não se faz nada na hora da novela, nem mesmo se dá atenção aos que chegam, aos filhos ou aos pais. Assim, os valores cristãos vão sendo derrubados um a um: a humildade, o desprendimento, a pureza, a continência, a mansidão, a bondade, o perdão, entre outros; eles vão sendo jogados por terra, mas de maneira homeopática; de forma que, aos poucos, lentamente, para não chocar, os valores morais vão sendo suprimidos. Faz-se apologia do sexo a qualquer instante e sem compromisso familiar ou conjugal; aprova-se e estimula-se o homossexualismo como se fosse algo natural e legítimo, quando o Catecismo da Igreja Católica (CIC) chama a prática homossexual de “depravação grave” (CIC §2357). O roteiro e enredo dos dramas das novelas são cuidadosamente escolhidos de modo a enfocar os assuntos mais ligados às pessoas e às famílias, mas, infelizmente, a solução dos problemas é apresentada de maneira nada cristã. O adultério é muitas vezes incentivado de maneira sofisticada e disfarçada, buscando-se quase sempre “justificar” um triângulo amoroso ou uma traição. O telespectador é quase sempre envolvido por uma trama em que um terceiro surge na vida de um homem ou de uma mulher, casados, que já estão em conflito com seus cônjuges. A cena é formada de modo a que o telespectador seja levado a até desejar que o adultério se consuma por causa da “maldade” do cônjuge traído. E assim, a novela vai envolvendo e “fazendo a cabeça” até mesmo dos cristãos. A conseqüência disso é que elas passaram a ser a grande formadora dos valores e da mentalidade da maioria das pessoas, de modo que os comportamentos – antes considerados absurdos –, agora já não o são, porque as novelas tornaram o pecado “palatável”. O erro vai se transformando em algo comum e perdendo a sua conotação de pecado. Por outro lado, percebe-se que a novela tira o povo da realidade de sua vida difícil fazendo-o sonhar diante da telinha. Nela, ele é levado a realizar o sonho que na vida real jamais terá condições de realizar: grandes viagens aéreas para lugares paradisíacos, casas superluxuosas com todo requinte de comidas, bebidas, carros, jóias, vestidos, luxo de toda sorte; fazendas belíssimas onde mulheres e rapazes belíssimos têm disputas entre si. E esses modelos de vida – recheados de falsos valores – são incutidos na cabeça das pessoas. A conseqüência trágica disso é que a imoralidade prevalece na sociedade; a família é destruída pelos divórcios, traições e adultérios; muitos filhos são abandonados pelos pais, carregando uma carência que pode desembocar na tristeza, depressão, bebida e até em coisas piores. A banalização do sexo vai produzindo uma geração de mães e pais solteiros, que mal assumem os filhos... É a destruição da família. Por tudo isso, o melhor que se pode fazer é proibir os filhos de acompanharem essas novelas. Contudo, os pais precisam ser inteligentes e saber substituí-las por outras atividades atraentes. Não basta suprimir a novela; é preciso colocar algo melhor em seu lugar. Esta é uma missão urgente dos pais.

Prof. Felipe Aquino

ORAÇÃO DOS CASAIS


SENHOR FAZE QUE COMPARTILHEMOS A VIDA COMO VERDADEIRO CASAL, ESPOSO E ESPOSA; QUE SAIBAMOS DAR UM AO OUTRO O QUE TEMOS DE MELHOR EM NÓS, NO CORPO E NO ESPÍRITO; QUE NOS ACEITEMOS E NOS AMEMOS COMO SOMOS,COM AS RIQUEZAS E LIMITAÇÕES QUE TEMOS. CRESÇAMOS JUNTOS, SENDO CAMINHO UM PARA O OUTRO; SAIBAMOS CARREGAR O FARDO UM DO OUTRO, ENCORAJANDO-NOS A CRESCER SEMPRE NO MÚTUO AMOR.
SEJAMOS TUDO UM PARA O OUTRO: NOSSOS MELHORES PENSAMENTOS,
NOSSAS MELHORES AÇÕES, NOSSO MELHOR TEMPO E NOSSAS MELHORES ATENÇÕES.
ENCONTREMOS UM NO OUTRO A MELHOR COMPANHIA.
SENHOR, O AMOR QUE VIVEMOS SEJA A GRANDE EXPERIÊNCIA DO TEU
AMOR.

CRESÇA SENHOR, EM NÓS A MÚTUA ADMIRAÇÃO E ATRAÇÃO, A PONTO DE NOS TORNARMOS UM SÓ: NO PENSAR, NO AGIR E NO CONVIVER. PARA QUE ISTO ACONTEÇA, ESTEJAS TU ENTRE NÓS. SEREMOS, ENTÃO, ETERNOS ENAMORADOS.

AMÉM.

domingo, 27 de julho de 2008

UM CASAL SANTO







Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi primeiro casal beatificado pelo papa João Paulo II, testemunham através de uma vida familiar simples e intensa, que a santidade se constrói no cotidiano.
No dia 21 de outubro, aconteceu um fato histórico: pela primeira vez, houve a beatificação, não de um bispo nem de um padre ou de uma freira, e sim de um casal. Os dois juntos! Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi são, desde então, apresentados a toda a comunidade eclesial como modelo de santidade no matrimônio.
Os dois nasceram no fim do século XIX e sua vida estendeu-se por toda a primeira metade do século seguinte: Luigi faleceu em 1951 e Maria em 1965. Casaram-se em 1905, em Roma, onde fizeram os estudos universitários: Luigi, direito, Maria, contabilidade. Luigi fez uma carreira brilhante e chegou a ser vice-advogado geral do Estado italiano, além de consultor legal de grandes empresas e bancos. Maria, junto com os estudos comerciais, recebeu uma formação humanista sólida e diversificada, que a ajudou a desenvolver uma notável personalidade de escritora: publicou doze obras sobre família, formação espiritual dos filhos e espiritualidade. Nestas, atingiu um nível de autêntica experiência contemplativa.
Tiveram quatro filhos: o mais velho tornou-se sacerdote, a segunda entrou num mosteiro beneditino, o terceiro fez-se monge trapista. A quarta filha nasceu como fruto da decisão heróica do casal, que recusou a proposta de aborto do ginecologista, para salvar a mãe. Ela ficou em casa e acompanhou os pais, e sobretudo a mãe, até o último instante. As vocações dos filhos desabrocharam na mais absoluta liberdade, nunca propostas, mas fruto do clima evangélico que se vivia na família.
No caminho espiritual de Luigi e Maria, foi determinante a presença de alguns diretores espirituais, entre eles o pe.Garrigou Lagrange, grande mestre de teologia, ascética e mística. A participação regular em retiros e cursos de cultura religiosa contribuiu muito para sua formação.
Participavam juntos da Missa diária; em casa havia momentos de oração comum (de manhã, às refeições, à noite) com o terço e o alimento da Palavra de Deus. A família foi consagrada ao Sagrado Coração e, a cada mês, todos participavam da "hora santa” em casa.
Essa riqueza espiritual abria-se em caridade e apostolado em todos os ambientes. Foi escrito que a casa Beltrame tinha-se tornado uma clínica 24 horas para o espírito e o corpo. Luigi colocava a disposição de muitas pessoas suas extraordinárias capacidades profissionais e o prestígio adquirido nos mais altos níveis, para socorrê-las com o conselho, o conforto e a ajuda. Quando na Itália começou o escotismo, Luigi " em plena sintonia com Maria " intuiu logo sua importância formativa e tornou-se um dos primeiros promotores. É difícil medir o alcance de seu discreto e ativo apostolado de ambiente, porque só Deus sabe quantos colegas e amigos, delicadamente impulsionados e acompanhados por ele a reuniões e encontros com ilustres mestres espirituais, acabaram por achar o caminho da fé.
Maria, dedicadíssima a seus deveres de mãe e "rainha da casa", encontrou tempo e energias para suas atividades de escritora e de apostolado, apoiando o nascimento da Universidade Católica e integrando o Conselho Central da União Feminina Católica Italiana. E ainda: foi enfermeira voluntária da Cruz Vermelha, catequista numa paróquia de Roma, animadora de grupos de movimentos de espiritualidade e vida familiar... Ninguém poderá contar os inúmeros colóquios e cartas com que conseguiu recuperar pessoas afastadas de Deus (entre eles, sacerdotes e religiosas) e animar espiritualmente muitas outras.
A santidade, através do testemunho deste casal, tornou-se mais próxima de todos.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

ORDENAÇÃO DIACONAL


Com imensa alegria anunciamos a Ordenação Diaconal de Renato(da Ester), Casal Responsável da Região Rio IV, Província Leste.

Rogamos as bençãos de Nossa Senhora sob o título de N.S.da Assunção, padroeira da Equipe 01, sobre ele e seus familiares e agradecemos ao Nosso Senhor Jesus Cristo pelas vocações Sacerdotais e Religiosas.

"A messe é grande e poucos são os operários". Mt 9,37

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O FUTURO DA FAMÍLIA


De 3 a 5 de abril deste ano, realizou-se em Roma a XVIII Assembléia Plenária do Pontifício Conselho para a Família, que teve como tema: "Os avós: o seu testemunho e presença na família".

No discurso, de 3 de abril, o Papa Bento XVI nos ensina: "Que os avós voltem a ser presença viva na família, na Igreja e na sociedade. No que diz respeito à família, os avós continuem a ser testemunhas de unidade, de valores fundantes sobre a fidelidade a um único amor que gera fé e a alegria de viver. Os chamados novos modelos de família e o relativismo alastrador enfraqueceram esses valores fundamentais do núcleo familiar. Os males da nossa sociedade, como justamente observastes durante vossos trabalhos, precisam urgentemente de remédios. Em face da crise da família não se poderia talvez recomeçar precisamente da presença e do testemunho daqueles (os avós), que têm maior consistência de valores e de projetos? De fato, não se pode projetar o futuro sem se basear num passado rico de experiências espirituais e morais."

Bento XVI, a 8 de julho de 2006, na Vigília de Oração, em Valencia, Espanha, ensina que os avós, por "nenhuma razão, sejam excluídos do círculo famliar. São um tesouro que não podemos arrebatar às novas gerações, sobretudo quando dão testemunho da fé diante da proximidade da morte".

Com data de 2 de outubro de 1999, o Papa João Paulo II enviou uma longa "Carta aos Anciãos" de todo o mundo, quando o Papa de então, idoso e doente, nela se incluía. A Sagrada Escritura conserva uma visão muito positiva do valor da vida. A idade avançada encontra na palavra de Deus uma grande consideração, a tal ponto que a longevidade é vista como sinal de benevolência divina. O Levítico sintetiza quando diz: "Levanta-te perante uma cabeça branca e honra a pessoa do ancião" (Lv 19,32). Nessa carta do Papa João Paulo II aos anciãos há um rumo a seguir: "A comunidade cristã pode receber muito da serena presença dos que têm muitos anos de idade. Penso sobretudo, na evangelização: a sua eficácia não depende principalmente de eficiência operativa. Em muitas famílias os netinhos recebem dos avós os primeiros rudimentos da fé! Porém, existem muitos outros campos a que pode estender-se a benéfica contribuição dos anciãos. O Espírito atua como e onde quer, servindo-se frequentemente de meios humanos que aos olhos do mundo não têm muita importância. Quantos encontram compreensão e conforto em pessoas anciãs ou doentes, mas capazes de infundir coragem pelo conselho bondoso, a oração silenciosa, o testemunho do sofrimento acolhido com paciente abandono! Justamente quando as energias vêm faltar e se reduz a sua capacidade de movimento, esses nossos irmãos e irmãs se tornam mais preciosos no desígnio misteriosoa da Providência."

Em nossos dias o ambiente doméstico nem sempre é favorável à presença dos idosos, dos avós, entre outros, quando se respira uma atmosfera permissiva. As exigências de moral nem sempre são observadas. Uma outra geração contraria gerando atritos. E então, em vez de se reprimir excessos, afastam-se os anciãos. Perde-se a oportunidade de aproveitar da riqueza dos avós.

Na carta do Papa João Paulo II aos anciãos acima referida, encontramos o seguinte trecho de importância para os avós: "Caríssimos anciãos que vos encontrais em situações precárias por motivo de saúde ou outros, eu vos acompanho com afeto. Podemos estar certos: Deus é Pai, um Pai rico de amor e de misericórdia! De modo especial, penso em vós, viúvos e viúvas, que ficastes sós a percorrer o último trecho da estrada da vida; em vós, religiosos e religiosas anciãos, que durante longos anos servistes fielmente à causa do Reino dos Céus; em vós, caríssimos irmãos no Sacerdócio e no Episcopado que, tendo alcançado o limite de idade, deixastes a direta responsabilidade do ministério pastoral. A Igreja necessita ainda de vós. Ela aprecia os serviços que ainda podeis prestar nos vários campos do apostolado, conta com o apoio da vossa assídua oração, espera o vosso experimentado conselho e se enriquece com o testemunho evangélico por vós prestado dia após dia."

Jamais destruindo a autoridade no lar construiremos o futuro da família. Igualmente, devemos ensinar aos mais velhos que não podem esquecer que um dia foram jovens e que as gerações de hoje não são cópias das de ontem, mas possuem características próprias que precisam ser respeitadas, quando não se colocam contra a lei eterna de Deus.


D.Eugênio Sales

Cardeal-Arcebispo Emérito da Arquidiocese da cidade do Rio de Janeiro.

Publicado no jornal "O Globo".