terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Quero papai e mamãe em casa!"


Escrito por: Maria Luisa Estrada de Vélez.
Autora do Programa Protege tu Corazón.
Traduzido e adaptado por: Dora Porto.

Qualidade ou quantidade? O que querem os filhos?
Será possível? Em apenas 49 minutos???
Assistir um filme, assistir a uma aula, fazer um pouco de exercício, tomar um café e ler o jornal, arrumar-se para sair, comer, jantar, entrar no Facebook ou algum Chat?
A duras penas...
Pois bem, este é o tempo que as famílias inglesas conseguem estar reunidas a cada dia segundo uma pesquisa realizada por ocasião da National Family Week ente 3.000 pais e 1.000 filhos.
75% dos pais ingleses valorizam a convivência familiar frente a 4% que diz que o mais importante em suas vidas é o dinheiro. No entanto 20% atribui o escasso tempo ao stress, outros 32% ao horário de trabalho e 36% à prioridade de ganhar mais dinheiro.
No programa Protege tu Corazón damos uma sessão chamada “ Minha família oportunidade para crescer” para alunos entre 10 e 13 anos de idade. Depois de descrever os fatores que mantém uma família unida, propõe-se aos adolescentes a pensar: Quanto tempo passamos juntos? Cada aluno avalia os minutos ou horas que passa por dia conversando, brincando, vendo TV, lendo, passeando com sua mãe ou seu pai, fazendo algo com seus irmãos se os tem.
Em geral levam um bom tempo para respondê-lo e surgem comentários como: “ com meu pai nunca estou, porque não mora conosco”, ou “ meu pai viaja muito”, ou “ minha mãe trabalha o dia inteiro e eu a vejo pouco”, etc. Numa ocasião uma menina disse: “ eu vejo meu pai 23 segundos por dia e explicou: quando ele chega em casa costuma já estar deitada, então ele chega à porta do quarto, me olha, arruma minhas cobertas e logo se vai. Eu fingindo estar dormindo contabilizei: 23 segundos!!!”
Quantidade ou qualidade?
60% dos pais pesquisados considera que dar aos filhos tempo de boa qualidade está unido a gastar dinheiro. Desse modo muitos justificam o trabalho duro para depois fazer uma viagem, ou passar um dia completo num grande Parque de diversões. O curioso é que 2 em cada 3 crianças prefere estar mais tempo com seus pais mas em casa,do que fazer algo extraordinário. A eterna discussão se é melhor a qualidade que a quantidade, para essas crianças está clara. Querem papai e mamãe em casa, todos os dia, não como uma evento especial e esporádico.
Kim Clark que foi Decano da Escola de Negócios de Harvard dizia aos seus alunos recém formados: “ Nenhum sucesso nos negócios compensa as falhas com suas família. O trabalho mais importante vocês farão dentro dos muros de seus lares. Meu principal conselho é que invistam primeiro na família”.
Vale a pena reconsiderar as coisas. Determinar uma hora para sair do trabalho, e estabelecer prioridades. Dinheiro para comprar coisas para os filhos? Melhor é arrumar tempo para estar com eles. As coisas passam, perdem-se, se gastam, mas as lembranças vividas juntos a seus pais ficam gravadas para sempre.
Pessoalmente lembro-me de meus pais lendo, fazendo escultura, pintando, escutando música, organizando a biblioteca. Nos fins de semana aprendíamos a fazer pipas, ou uns cintos de couro que fazíamos com eles. Compravam os materiais e nos ensinavam com paciência enquanto nos divertíamos. Estar aí era o segredo e a alegria dos filhos!
A presença em casa implica estar disponíveis, ainda que ao mesmo tempo se possa fazer alguma atividade. Não é incompatível. Ler um livro, consertar alguma coisa, trocar uma lâmpada, preparar o almoço, conversar sobre os acontecimentos diários, comer juntos, ajudar os filhos numa tarefa, ver um programa de TV juntos. Não significa fazer coisas especiais a cada dia. É o o dia a dia o que mais preenche e o que deixa uma marca na formação do caráter dos filhos. Há muitas atividades que não requerem dinheiro, mas, se requer vencer um pouco o comodismo pessoal em favor da família.
Os filhos nos estão recordando: queremos papai e mamãe em casa todos os dias!

Enviado por Dom Bento Albertin,OSB

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