“A tua exigência, sem amor, revolta-me. O teu amor, sem exigência, humilha-me. O teu amor exigente dignifica-me”.
Henri Caffarel
Estas verdades de Caffarel são tão atuais como essenciais. Um amor sem exigência não é amor. Seja por preguiça ou por medos, o amor mole e demasiado condescendente e inconseqüente não é amor. É coisa nenhuma.
É próprio do amor ser exigente, para poder criar uma relação verdadeira, virada para o bem do outro, ainda que às vezes isso doa ou seja extraordinariamente difícil, por ser uma atitude que requer muita entrega de ambas as partes. Mas é a radicalidade desta mesma atitude que faz toda a diferença no amor.
Henri Caffarel, padre francês fundador das Equipes de Nossa Senhora e durante muitos anos cônego da Sé Catedral de Paris, é uma referência constante quando se fala do amor em casal. Caffarel viveu até aos 95 anos, morreu há um par de anos e dedicou o melhor da sua vida a ensinar a amar mais e melhor. Inovador nas palavras, mas também nas obras, Caffarel insistiu muito no amor entre o homem e a mulher. Para ele, o grande segredo não era a família, mas o casal.
O mais importante não eram os filhos nem a educação das crianças, mas sim o amor entre o homem e a mulher. A aposta essencial de Caffarel foi sempre esta: é indispensável que o casal se ame e que os dois façam tudo o que está ao seu alcance para serem felizes. O resto acontece naturalmente.
Henri Caffarel era um homem sensível, profundo e iluminado, que tocava muito as pessoas pela maneira simples e verdadeira como comunicava as suas idéias. A transparência e a coerência das suas ideias são, aliás, muito evidente em toda a sua obra. A coleção de livros que escreveu sobre esta e outras matérias e, ainda, a belíssima casa de oração que construiu em Troussures, a 80 km de Paris, têm sido muito inspiradoras para sucessivas gerações de crentes e não crentes.
A humanidade de Caffarel, que era pequeno e de aparência frágil, transparecia no seu olhar e nos seus gestos. Mais do que um teórico, ele era um grande prático e um homem rigoroso, que arregaçava imediatamente as mangas, por assim dizer, perante todos os desafios que lhe surgiam. Em plena II Guerra Mundial, fundou um movimento de viúvas e, no pós-guerra, trabalhou longamente com estas mulheres. Ao longo da sua vida, dedicou também grande parte do seu tempo a acompanhar homens viúvos. Ou seja, o padre Caffarel conhecia o valor do amor entre homem e mulher, mesmo quando um deles fica irreparavelmente ausente; e também nesta sabedoria revelou a sua alma admirável.
Voltando à substância dos seus ensinamentos, Caffarel propunha que cada um fosse olhando sempre para o mais íntimo de si mesmo, tentando perceber as suas fragilidades e criando um tempo interior de aceitação de si e do outro. Só acolhendo as fragilidades próprias e as do outro é possível convertê-las em forças e cimentar o amor entre homem e mulher. Caffarel aconselhava sempre os casais a encontrarem um tempo exclusivamente seu e insistia na necessidade de alimentar a relação do ponto de vista espiritual, social, cultural e outros.
O Amor é Mais Forte que a Morte, um dos livros mais lidos de Caffarel, é, porventura, o mais eloqüente da sua mensagem.
(FONTE http://www.agencia.ecclesia.pt)
Um comentário:
Boa noite irmãos,
Parabéns pelo seu blog. Tomamos a liberdade de postar esse texto em nosso blog também. Se puder, põe um link no seu blog para o nosso.
Fiquem com Deus.
Mônica e André
ENS Piabetá
Magé - Rio de Janeiro
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