Por Marco Lacerda
Justo seria que os banqueiros e financistas de hoje fossem processados e condenados como os ditadores abomináveis que tanta dor e sofrimento espalharam pelo mundo.
Ganância é um sentimento humano negativo que se caracteriza pela vontade de possuir somente para si próprio tudo o que existe. É um egoísmo excessivo direcionado – sobretudo pelo dinheiro – para a riqueza material. Mas é associada também a outras formas de poder, sendo capaz de influenciar as pessoas de tal maneira que suas vítimas chegam ao cúmulo de corromper terceiros e se deixar corromper, manipular e enganar, até o extremo de tirar a vida de seus desafetos. No cristianismo, a ganância corresponde a um dos pecados capitais, a avareza.
Somos educados e preparados para a ganância desde a mais tenra infância, sem que ninguém se lembre que a ambição comete, em relação ao poder, o mesmo erro que a ganância comete em relação à riqueza: começa a acumulá-la como meio de felicidade, e acaba por acumulá-la como objetivo. A ganância humana não dá trégua e desconhece limites. As sociedades consideram o dinheiro um assunto muito mais sério que a vida e a morte, o que transforma em utopia a necessidade que muitas vezes temos de conseguir alguma coisa a troco de nada.
Já dizia no seu tempo o escritor português Almeida Garrett: “Eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico”?
Os bilhões que são roubados a cada ano dos países mais pobres seguem sempre o mesmo caminho que os leva aos maiores bancos das democracias ocidentais. É um crime contra a humanidade. Silencioso, sem violência aparente. Uma espantosa máquina de pilhagem dos povos levada a cabo com a cumplicidade do sistema bancário mundial. As fortunas dos ditadores estão dormindo nos bancos ocidentais enquanto dezenas de milhares de pessoas morrem de fome ou não têm condições de pagar um tratamento de saúde.
Sabemos hoje que a crise financeira internacional – e a ira que despertou na juventude de todo o mundo – é fruto da ganância desenfreada de banqueiros e financistas inescrupulosos, com a conivência explícita de governantes incompetentes que agora tentam resgatar um sistema capitalista falido, com medidas que visam salvar apenas os bancos, não as pessoas.
Justo seria que os responsáveis por esses crimes contra a humanidade – que outro nome se poderia dar ao caos econômico em que o planeta chafurda? – fossem processados como o foram Pinochet, Videla e outros tantos ditadores infames que tanta dor e sofrimento espalharam pelo mundo. Leia os artigos e reportagens do ESPECIAL que o DomTotal publica esta semana e tire as suas próprias conclusões.
Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do DomTotal
http://www.domtotal.com/
Justo seria que os banqueiros e financistas de hoje fossem processados e condenados como os ditadores abomináveis que tanta dor e sofrimento espalharam pelo mundo.
Ganância é um sentimento humano negativo que se caracteriza pela vontade de possuir somente para si próprio tudo o que existe. É um egoísmo excessivo direcionado – sobretudo pelo dinheiro – para a riqueza material. Mas é associada também a outras formas de poder, sendo capaz de influenciar as pessoas de tal maneira que suas vítimas chegam ao cúmulo de corromper terceiros e se deixar corromper, manipular e enganar, até o extremo de tirar a vida de seus desafetos. No cristianismo, a ganância corresponde a um dos pecados capitais, a avareza.
Somos educados e preparados para a ganância desde a mais tenra infância, sem que ninguém se lembre que a ambição comete, em relação ao poder, o mesmo erro que a ganância comete em relação à riqueza: começa a acumulá-la como meio de felicidade, e acaba por acumulá-la como objetivo. A ganância humana não dá trégua e desconhece limites. As sociedades consideram o dinheiro um assunto muito mais sério que a vida e a morte, o que transforma em utopia a necessidade que muitas vezes temos de conseguir alguma coisa a troco de nada.
Já dizia no seu tempo o escritor português Almeida Garrett: “Eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico”?
Os bilhões que são roubados a cada ano dos países mais pobres seguem sempre o mesmo caminho que os leva aos maiores bancos das democracias ocidentais. É um crime contra a humanidade. Silencioso, sem violência aparente. Uma espantosa máquina de pilhagem dos povos levada a cabo com a cumplicidade do sistema bancário mundial. As fortunas dos ditadores estão dormindo nos bancos ocidentais enquanto dezenas de milhares de pessoas morrem de fome ou não têm condições de pagar um tratamento de saúde.
Sabemos hoje que a crise financeira internacional – e a ira que despertou na juventude de todo o mundo – é fruto da ganância desenfreada de banqueiros e financistas inescrupulosos, com a conivência explícita de governantes incompetentes que agora tentam resgatar um sistema capitalista falido, com medidas que visam salvar apenas os bancos, não as pessoas.
Justo seria que os responsáveis por esses crimes contra a humanidade – que outro nome se poderia dar ao caos econômico em que o planeta chafurda? – fossem processados como o foram Pinochet, Videla e outros tantos ditadores infames que tanta dor e sofrimento espalharam pelo mundo. Leia os artigos e reportagens do ESPECIAL que o DomTotal publica esta semana e tire as suas próprias conclusões.
Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do DomTotal
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Enviado por Dom Bento Albertin, OSB