segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PECADO CAPITAL




Por Marco Lacerda
Justo seria que os banqueiros e financistas de hoje fossem processados e condenados como os ditadores abomináveis que tanta dor e sofrimento espalharam pelo mundo.

Ganância é um sentimento humano negativo que se caracteriza pela vontade de possuir somente para si próprio tudo o que existe. É um egoísmo excessivo direcionado – sobretudo pelo dinheiro – para a riqueza material. Mas é associada também a outras formas de poder, sendo capaz de influenciar as pessoas de tal maneira que suas vítimas chegam ao cúmulo de corromper terceiros e se deixar corromper, manipular e enganar, até o extremo de tirar a vida de seus desafetos. No cristianismo, a ganância corresponde a um dos pecados capitais, a avareza.

Somos educados e preparados para a ganância desde a mais tenra infância, sem que ninguém se lembre que a ambição comete, em relação ao poder, o mesmo erro que a ganância comete em relação à riqueza: começa a acumulá-la como meio de felicidade, e acaba por acumulá-la como objetivo. A ganância humana não dá trégua e desconhece limites. As sociedades consideram o dinheiro um assunto muito mais sério que a vida e a morte, o que transforma em utopia a necessidade que muitas vezes temos de conseguir alguma coisa a troco de nada.

Já dizia no seu tempo o escritor português Almeida Garrett: “Eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico”?

Os bilhões que são roubados a cada ano dos países mais pobres seguem sempre o mesmo caminho que os leva aos maiores bancos das democracias ocidentais. É um crime contra a humanidade. Silencioso, sem violência aparente. Uma espantosa máquina de pilhagem dos povos levada a cabo com a cumplicidade do sistema bancário mundial. As fortunas dos ditadores estão dormindo nos bancos ocidentais enquanto dezenas de milhares de pessoas morrem de fome ou não têm condições de pagar um tratamento de saúde.

Sabemos hoje que a crise financeira internacional – e a ira que despertou na juventude de todo o mundo – é fruto da ganância desenfreada de banqueiros e financistas inescrupulosos, com a conivência explícita de governantes incompetentes que agora tentam resgatar um sistema capitalista falido, com medidas que visam salvar apenas os bancos, não as pessoas.

Justo seria que os responsáveis por esses crimes contra a humanidade – que outro nome se poderia dar ao caos econômico em que o planeta chafurda? – fossem processados como o foram Pinochet, Videla e outros tantos ditadores infames que tanta dor e sofrimento espalharam pelo mundo. Leia os artigos e reportagens do ESPECIAL que o DomTotal publica esta semana e tire as suas próprias conclusões.

Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do DomTotal
http://www.domtotal.com/


Enviado por Dom Bento Albertin, OSB

sábado, 29 de outubro de 2011

EVENTO DO SETOR LAGOS



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

OS AMIGOS DO PE. CAFFAREL



Associação conforme a lei 1901 para a promoção da causa da Canonização do Padre Henri Caffarel
49, rue de la Glacière - (7° andar) - F 75013 PARIS
Tél. : + 33 1 43 31 96 21 - Fax.: + 33 1 45 35 47 12
e-mail : association-amis@henri-caffarel.org
Site Internet : www.henri-caffarel.org


Carta aos correspondentes : Outubro 2011
Atas do Colóquio no Colégio dos Bernardinos
Descoberta do Padre Caffarel


Caros amigos,
Muitos pensavam conhecer o Padre Caffarel : fundador das Equipes de Nossa Senhora, extraordinário animador da Casa de Troussures, onde tantas pessoas estiveram para aprender a oração interior. Geralmente é só isso que se sabe a respeito dele. O colóquio de dezembro de 2010 sobre o Padre Caffarel revelou a muitos uma personalidade que ignoravam. Sem dúvida, o livro insubstituível de Jean Allemand, “Henri Caffarel, um homem arrebatado por Deus”, publicado pelas Equipes de Nossa Senhora, assegurou-lhe uma boa notoriedade. Contudo, nova pesquisa era necessária para melhor revelar a personalidade e a obra do padre Caffarel.
O livro contendo as Atas do colóquio dirigido por Agnès Walch, historiadora da vida conjugal, nos mostra um Padre Caffarel presente a tudo o que surgiu em sua época : ele lançou os Centros de Preparação ao Casamento, participou do nascimento do Movimento Carismático na França, foi o iniciador, com Marie-Françoise de Boucheman, da Fraternidade Nossa Senhora da Ressureição para as viúvas (a contribuição de Odile Macchi constituiu uma revelação para muitos). O padre Caffarel desenvolveu uma magnífica espiritualidade conjugal e uma espiritualidade da viuvez, até então desconhecidas... Mostrou a profundidade da oração interior... Toda a sua obra, como se vê pelas Atas, não resulta de estudos de gabinete, mas é o fruto da escuta daqueles e daquelas que vinham pedir a sua ajuda. “Ele é um teólogo e um pedagogo » (Xavier Lacroix). A célebre fórmula «procuremos juntos» resume bem o seu método, a sua humildade, a sua inteligência pragmática. O Padre Caffarel, « profeta para o nosso tempo », segundo a expressão do Cardeal Lustiger, é portanto o homem que procurou decifrar a vontade de Deus para a sua época.

OS AMIGOS DO PADRE CAFFAREL

Essas Atas desenham um retrato do Padre Caffarel na sua história. A apresentação de sua família, uma família cheia de dinamismo, de generosidade, animada pela preocupação social, uma família que produziu mais de vinte sacerdotes, dá uma densidade humana a esse sacerdote tão discreto a respeito dele próprio. Por outro lado, a enumeração dos seus conhecimentos literários mostra-nos, sem dúvida, um homem culto, mas também um apóstolo que queria compreender a procura profunda dos seus contemporâneos. Ele se revela um conhecedor sutil da alma humana, delicado e cheio de ternura.
Essas Atas nos revelam também como foi a sua formação sacerdotal, devida em parte a Mons. Vladimir Ghika, príncipe romeno, ortodoxo, que se tornou católico em 1902... Vocês sabiam que o Padre Caffarel animou a JOC (Juventude Operária Cristã) antes de se interessar pelos casais? Que ele fundou uma revista de Cinema?

Este livro é apaixonante ! Ele nos ajuda a descobrir a extraordinária personalidade do Padre Caffarel. As contribuições dos melhores teólogos do matrimônio (Philippe Bordeyne, Xavier Lacroix, Alain Mattheeuws), desenvolvem aos nossos olhos com precisão o pensamento do Padre Caffarel.


Frei Paul-Dominique Marcovits, o.p.
Postulador

Para a sua informação :
« Le père Caffarel. Des Équipes Notre-Dame à la Maison de prière, 1903-1996 »,
Edições Collège des Bernardins / Lethielleux, 2011, 281 páginas, 19€.
À venda na Livraria das Equipes de Nossa Senhora : www.boutique.equipes-notre-dame.fr

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

DOMINGO DE FORMAÇÃO



Neste domingo, dia 16/10/2011, nós, casais das Equipes de Nossa Senhora do Setor Lagos, em meio ao já habitual clima de confraternização, estivemos reunidos para mais um dia de formação, cujo tema foi “Vida de Equipe”, no qual tivemos como palestrantes o casal responsável pela Região Rio IV, Tereza e Reizinho, da Equipe 1 de Nossa Senhora da Assunção, do Setor Lagos, que apresentou o tema “Reunião de Equipe”, o casal responsável pela Província Leste, Graça e Juarez, da Equipe 1 de Nossa Senhora Aparecida, do Setor “B” de São Gonçalo, que apresentou o tema “Partilha e co-participação”, e na oportunidade ambos os casais contribuíram com valiosas informações para as nossas equipes.
Dando prosseguimento ao nosso dia de formação, o querido Sacerdote Conselheiro da Região Rio IV, o Padre João Luiz, como já é do seu costume, nos presenteou com uma maravilhosa palestra sobre o tema “Oração”, que iniciou com uma citação de Santo Afonso de Ligório, que dizia: “Quem ora se salva. Quem não ora condena-se.”
Em seguida o Padre João Luiz lembrou que a nossa vocação batismal é estar com Jesus, e ressaltando a grande importância que Jesus dava à oração, citou como exemplo a passagem do Evangelho de São Marcos (3, 13-15), quando Jesus subiu ao monte, passou a noite inteira em oração e só então chamou os discípulos e escolheu os 12 a quem chamou Apóstolos, para ficarem em sua companhia, e somente depois Ele os enviaria a pregar.
O Padre João ressaltou que toda a eficácia da nossa vida espiritual depende de exercitarmos o AMOR INCONDICIONAL através dos três modos de estarmos com Jesus, que são os seguintes:
1º - A FÉ, cuja definição constante na Carta aos Hebreus é “caminhar vendo o invisível”.
2º - A ORAÇÃO, que é querer estar com Deus (Contemplação).
3º - TESTEMUNHO DE CARIDADE, que é saber ver Cristo no outro. E citou o Evangelho de São Mateus (25,40): “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”.
Disse ainda o Padre João Luiz, que a falta de amor acaba com a nossa vida de oração. E neste momento, nos exortou a refletirmos sobre a parábola do filho pródigo: “Imaginemos se o filho pródigo fosse recebido na entrada da propriedade pelo filho mais velho e não pelo seu pai. Ele ouviria: Volte! Você foi estúpido e irresponsável ao gastar toda a herança do nosso pai. E se o pai não tivesse a coragem de amar sem limites, diria ao filho pródigo: Não seria justo com o seu irmão, e poderia magoá-lo se o recebesse de volta.” E para ilustrar, nos surpreendeu com a assertiva de que o filho mais velho, além de não ter amor, mentiu ao seu pai quando disse que ele jamais lhe dera um cabrito para festejar com os seus amigos, porque quando o seu irmão pediu a sua parte na herança, o pai dividiu entre eles os seus haveres (São Lucas, 15,29).
Demonstrando com grande carisma que ainda tinha muito mais a nos oferecer, o Padre João Luiz, então, nos fez refletir sobre um adjetivo terrível para o cristão, uma atitude que enfraquece o espírito e destrói a oração, uma doença chamada TIBIEZA, que também é conhecida como a doença dos bons. A tibieza é uma armadilha do diabo que mina o nosso esforço e nos afasta do combate da vida cristã, e o que é pior, atinge a todos, sejam leigos, sacerdotes ou bispos. Exemplificou que a tibieza pode se manifestar num cristão que é até cumpridor de seus deveres, que vai à missa aos domingos e em dias de preceito, ou também num equipista que vai às reuniões, responde aos temas de estudo e cumpre regularmente os PCE’s, mas não o faz com amor. De nada adianta caminharmos com Jesus e não sermos capazes de amar o nosso irmão e não darmos testemunho de caridade. Na parábola do filho pródigo, por exemplo, a tibieza atingiu o filho mais velho.
Durante a Santa Ceia, quando o diabo já havia colocado no coração de Judas a intenção de trair Jesus por 30 moedas de prata, o preço de um escravo barato, que não servia para nada, ordinário, que só serviria para limpar as latrinas e lavar os pés de seu patrão, Jesus tirou a toalha da mesa e passou a lavar os pés dos apóstolos, atitude que na concepção de Pedro, Jesus não poderia ter porque era muito humilhante, e acabou sendo severamente repreendido por sua tibieza, afirmando Jesus que em pouco tempo ele o negaria três vezes.
Quando Jesus, em sua Paixão, amargurado, chamou os Apóstolos para subirem com Ele o monte para orarem, enquanto Jesus rezava, eles caíram no sono, em mais uma demonstração de tibieza.
Certamente nós rezaremos melhor se colocarmos o coração na oração e tivermos testemunho de caridade. Se nós rezamos mecanicamente e não meditamos com amor na oração, nós também praticamos a tibieza.
O Padre João Luiz para corroborar tudo o que vinha dizendo acerca da tibieza, sugeriu-nos para meditação a Carta à Comunidade (tíbia) da Laodicéia (Ap. 3.14,22):“Ao anjo da igreja de Laodicéia, escreve: Eis o que diz o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus.
Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente!
Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.
Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito - e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu.
Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro.
Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito - e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu.
Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico; roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro.
Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te.
Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo.
Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.
Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
Quase ao final de sua maravilhosa palestra, em que nos manteve motivados todo o tempo com a sua simpatia, segurança e conhecimento teológico, o Padre João Luiz fez a seguinte exortação: “Volta ao fervor, recobra o teu primeiro amor!”, e depois nos advertiu que oração fervorosa não é sentimentalismo. Lembrou-nos, ainda, à respeito da oração, que Santa Tereza D’Ávila viveu por 30 anos em verdadeira aridez espiritual, porque não conseguia sentir a presença de Deus, até que tivesse um encontro com Deus em sua oração. Já num clima de bate papo, antes do encerramento, o Padre João Luiz mencionou como exemplo de fé e de amor, a passagem em que Jesus se prontificou a ir à casa do Centurião para ver o seu filho, e o Centurião disse que ele não era digno de recebê-lo em sua casa, mas que acreditava em seu poder de curar o seu filho mesmo que a distância. Aconselhou-nos a oferecermos a Deus, com amor, o nosso dia, porque esta já é uma boa maneira de rezarmos.
O Padre João Luiz concluiu a sua palestra com seguinte reflexão, para que jamais nos esqueçamos da importância da oração: “Ao vencedor, ao que permanecer fiel ao amor até o fim, na fé, na ORAÇÃO, vai se sentar comigo na Glória.”


Matéria compartilhada por Rubens José (Eq. 12) e Eduardo (Eq. 11).
Reproduzido do blog da EQUIPE12 - NOSSA SENHORA DO CARMO (Setor Lagos - Região Rio IV - Província Leste - Super Região Brasil) http://equipe12ens.blogspot.com






Abaixo, fotos do evento.










quarta-feira, 12 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

DÁ-NOS HOJE O NOSSO PÃO DE CADA DIA



Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia» (Mt 6,11)
Devemos considerar como e para que rezamos. Quando o homem se quer entregar à oração, deve antes de mais trazer o seu coração para dentro de si, afastá-lo das errâncias e das devassidões onde se perdia e cair com grande humildade aos pés de Deus, pedir-Lhe generosa-mente esmola, bater à porta do coração do Pai e mendigar o Seu pão, ou seja, a caridade. [...] Seguidamente, devemos pedir que Deus nos conceda e nos ensine a pedir aquilo que mais Lhe agrada na nossa oração e o que nos será mais útil. [...]
Nem todos os homens sabem rezar em espírito, alguns têm de recorrer à oração vocal. Neste caso, dirigir-te-ás a Nosso Senhor com as palavras mais amáveis, mais amigáveis e mais afectuosas que possas imaginar, e isso estimulará também a tua caridade e o teu coração. Pede ao Pai celeste que, através do Seu único Filho, Ele mesmo Se dê a ti, da forma mais agradável, como objecto da tua oração. E quando tiveres encontrado uma forma de oração que, mais que qualquer outra, te agrade e estimule a tua devoção [...], preser-va essa forma de rezar e dá-lhe a tua preferência. [...] É necessário bater à porta com diligente perseverança, porque «aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo» (cf. Mt 10,22; 2Tm 2,5). [...] «Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!»
Jean Tauler (c. 1300-1361) dominicano em Estrasburgo