O relacionamento conjugal entre
homem e mulher é o mais estreito e, por isso mesmo, o mais difícil e
desafiador. O roçar-se contínuo facilmente se transforma em atrito, que pode
até esfolar. Se um não falar, o outro talvez nem desconfie que está ferindo e
magoando. Reclamar faz parte da comunicação, da solução e da cura, é também
forma de amor e de confiança. Principalmente se a reclamação tomar a forma de
pedido e de oferta de ajuda.
O parceiro conjugal precida de
elogios para saber que está sendo apreciado, e não apenas procedendo e fazendo
objetivamente bem. Sua opinião é importante para ele. Fale, elogie, mostre
apreço sincero. Mas também saiba censurar, dizer que ele não está certo, que
você não gostou. Isso também é amor e partilha de vida.
A alegria, partilhada e
explicitada em palavras no diálogo, torna-se mais intensa. Falar sobre as dores
e dificuldades, chorar enganos e desenganos, feridas e derrotas é o melhor
jeito para consolar e consolar-se.
O amor nada ensina, se não ensina
a perdoar. O casal ainda não é casal, se não aprendeu a perdoar, sempre, tudo.
E o perdão somente cura o devedor e tranquiliza quem perdoa quando falado e
partilhado nas confidências do diálogo.
É. Parece que o diálogo não é nem
obrigação nem remédio para o casal. O casamento é diálogo. Mas para que não se
torne repetitivo, rotineiro, para que não se torne diálogo que, de tão
informal, já nem prende a atenção, o casal precisa recorrer ao diálogo
sistemático, programado. Não para substituir o diálogo espontâneo, mas para
enriquecê-lo e fazer ainda mais espontâneo, enquanto mais nascido de amor
maior.
(Pe. Cavalca - Casal em Diálogo)
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