segunda-feira, 30 de junho de 2008

PEDIDOS DOS FILHOS



Os filhos pedem a seus pais e educadores vinte solicitações. 1. Não tenham medo de ser firmes comigo. Sua firmeza me dá segurança. 2. Não me tratem com excesso de mimo. Nem tudo o que eu peço me convém. 3. Não me corrijam na frente de outras pessoas. Isso me revolta. 4. Não permitam que eu forme maus hábitos. Dependo de vocês para saber o que é certo e o que é errado. 5. Não façam promessas apressadas. Sinto-me mal quando as promessas não são cumpridas. 6. Não me sufoquem com suas preocupações. Eu também preciso aprender com o sofrimento e com os erros. 7. Não sejam falsos comigo. A falsidade faz eu perder a fé em vocês. 8. Não me incomodem com ninharias. Irei fazer-me de surdo. 9. Não dêem a impressão de serem perfeitos, infalíveis. O choque será muito grande quando eu descobrir seus defeitos. 10. Não deixem sem respostas minhas perguntas. Do contrário, deixarei de fazê-las e buscarei informações em outros lugares. 11. Não se sintam humilhados ao ter que pedir desculpas. O perdão me aproxima de vocês.12. Não digam que minhas preocupações e problemas são tolices. Tentem compreender-me. Ficarei mais sereno. 13. Não esqueçam que estou crescendo e mudando rapidamente. Tentem acertar o passo comigo.14. Não me comprem presentes. O melhor presente é a presença de vocês. Com vocês sinto-me seguro, forte, amado. 15. Acolham-me desde a fecundação, alimentem-me com aleitamento materno, dêem-me colo, toquem-me porque preciso de tudo isto para crescer saudável e equilibrado. 16. Preciso de um pai forte e amigo, de uma mãe equilibrada e feliz. Seu jeito de ser é que fica marcado em mim. Poderei esquecer suas palavras, não esquecerei seus gestos. 17. Não imponham nem direcionem minha profissão e vocação. Podem aconselhar-me, mostrar-me suas razões, mas deixem-me a liberdade de escolher. 18. Se vocês se amam eu me sinto amado por vocês. Se vocês brigam, não dialogam, não se perdoam, eu me sinto um órfão de pais vivos. 19. Porque vocês foram fracos no bem, eu agora sou forte no mal. Se vocês são pais despreparados eu cresço desequilibrado. 20. Se vocês não me elogiarem, se me castigarem injustamente, se não me ensinarem a rezar, se satisfizerem todos os meus desejos, vocês estragam minha vida.
Os filhos aprendem imitando. Daí a necessidade do casal se querer bem e dar bom exemplo. Dizia um filho aos pais: “peço que vocês me amem quando eu não mereço, porque é aí que eu mais preciso ser amado.” Nada disso é fácil. O nascimento dos filhos traz grandes mudanças na família. Os cônjuges esquecem de ser esposos, trocam os papeis, e começam a ser somente pais. Apegar-se aos filhos e esquecer o cônjuge é um perigo. O primeiro amor na família é sempre o amor conjugal, depois o amor filial.
Além disso, temos pais agressivos e pais permissivos, mas precisamos de pai e mãe participativos. Os pais apegados aos filhos sofrem demais quando eles devem deixar o lar. Os desequilíbrios dos filhos levam ao desajuste do casal e vice-versa. Os pais conscientes tratam os filhos conforme a idade que eles têm. É preciso saber mudar de marcha. Pais ajustados, filhos equilibrados.
Um filho escreveu para seus pais: “Eu sou forte no mal porque vocês foram fracos no bem. Por isso estou preso”. Os pais nunca podem abdicar do diálogo, devem estar abertos em buscar soluções e aceitar ajuda. Ninguém é infalível. Os pais aprendem com os filhos, mas devem sempre colocar limites e apresentar valores. Lares sem disciplina criam filhos folgados e onipotentes que se tornam delinqüentes. É a tirania dos filhos sobre os pais.
Temos hoje a “família filiarcal” que sucedeu à família matriarcal e depois à patriarcal. Filiarcalismo é fazer dos filhos pequenos deuses. Eles não ajudam em nada nos trabalhos da casa, deixam roupas sujas em cada canto, só comem o que querem, dominam os pais que se tornam seus escravos e reféns. Pais permissivos são mais prejudiciais que os autoritários.
Os filhos emitem sintomas que sinalizam a presença de problemas familiares. Quando os pais vão mal os filhos entram em ansiedade. Hoje a grande tentação é resolver as crises com o “divórcio fácil”. É preciso crer nas soluções, na reorganização da família. O filho problema pode tornar-se o melhor. A ovelha negra se torna uma benção, quando recorremos a Deus, ao perdão, ao diálogo, à disciplina. Quem olha as soluções não cai nas acomodações. Os heróis se forjam nas carências e crises.
A arte de ser bons pais começa já no útero materno. A preparação para a missão de ser pai e mãe é assunto do namoro e noivado. Pais despreparados, filhos desequilibrados; pais ausentes, filhos delinqüentes; pais permissivos, filhos onipotentes; pais omissos, filhos rebeldes. Carregamos dentro de nós a criança que fomos no passado. Vale a pena investir no casal para que os filhos cresçam sadios, seguros e amorosos. A família é a esperança da sociedade e o futuro do mundo.

Dom Orlando Brandes-Arcebispo de Londrina


(Veja outros artigos acessando o nosso arquivo)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

CONSTRUTORES OU INQUILINOS


(Um movimento caminha para a morte quando seus membros deixam a mentalidade de construtores pela mentalidade de inquilinos)

A fim de participar de um movimento de espiritualidade é necessário aderir-se a ele (entenda-se esta palavra em seu significado pleno). O inquilino de uma casa sente-se em paz uma vez que pagou o aluguel e aproveita o conforto que encontra nela; mas o membro de um movimento não pode se permitir estar instalado tranquilamente.

Não podemos estar em um Movimento, como o inquilino na frente do proprietário, ou do empregado diante do patrão. Nós devemos nos sentir como membros do Movimento, responsáveis por ele, solidários com todos os outros membros.
Nós não podemos nunca estar separados, e é por isso que o movimento se deteriora ou não progride.

Um movimento vivo é um movimento que está sendo construído a cada dia, graças à ação de cada um de seus membros. Cada um, em sua construção, assume uma responsabilidade que lhe é própria, segundo sua vocação, seus recursos, seu tempo, sua generosidade...

Um movimento caminha para a morte quando seus membros deixam a mentalidade de construtores pela mentalidade de inquilinos!

Contribuem vocês, membros da Equipes de Nossa Senhora a edificar o Movimento? Convido a todos a pensar nesta questão. Porque é necessário que nosso Movimento viva e cresça. Desde junho passado sabemos que esse é um desejo, um pedido de Paulo VI: Disse-nos, se recordam? “Que o crescimento das Equipes de Nossa Senhora pode contribuir de uma maneira incomparável para a renovação da Igreja”.

Há muitos modos de trabalhar para o progresso do Movimento.

Eu não lhes falarei hoje daqueles que, com uma generosidade às vezes muito grande, dedicam em posições diferentes um tempo considerável em animar e dirigir o movimento, nem daqueles que se privam de algo para contribuir na construção da “Casa do Movimento”. Senão de todos aqueles que oram, se sacrificam, fazem oferendas espirituais de grande valor. São os grandes construtores do Movimento. A eles se devem os favores de todos os países, da Austrália ao Canadá, do Brasil ao Líbano, os benefícios que lhes proporciona por sua pertença as Equipes.


É necessário que o saibam, é necessário que pensem neles, o nosso movimento não existiria, sem esses trabalhadores discretos, pequenos desconhecidos de todos, porém tão eficazes.

É melhor um exemplo do que muitas palavras.

Outubro 1964. O jovem Maurício V. de Bogotá, Colômbia, de saúde bastante delicada, fica gravemente enfermo. Seus pais escrevem ao casal de ligação francês: Queremos comunicar um exemplo maravilhoso. O casal B, que conhece nossas dificuldades econômicas e os gastos ocasionados pela enfermidade de Maurício, nos ofereceu para pagá-las.

18 de dezembro de 1964. Comunicamos-lhes uma má notícia: nosso filho Maurício está gravemente enfermo. Ele e nós aceitamos a vontade de Deus, e oferecemos todos os nossos sofrimentos pelas Equipes de Nossa Senhora e pelas necessidades da Igreja. Como calcular o quanto tem sido feito por nós pelos casais das equipes na ocasião da enfermidade do nosso filho? Todos se sentiram atingidos por esta enfermidade como se Maurício fosse filho de cada um deles.

08 de fevereiro de 1965. O secretário da Equipe de Coordenação de Bogotá escreve: Conjuntamente os casais responsáveis e os casais da equipe de coordenação foram designados a informá-los para que vocês se apresentem em Lourdes, com seu filho Maurício, às equipes do nosso país. Estamos decididos a não poupar esforços para que este projeto possa se realizar. Uma contribuição anônima e voluntária se organizou em cada equipe, em cada reunião.

Lourdes. Na procissão, quando o Santíssimo Sacramento passa diante de Maurício, sua mãe se inclina em direção a Ele e pede, em voz baixa, que ofereceria todos os seus sofrimentos pelas Equipes de Nossa Senhora.

No aeroporto de Orly, antes de subir no avião, de volta à Colômbia, nossos amigos revelam a quem os haviam acompanhados. “Agora todos os nossos esforços será para fazer de nosso filho Maurício um Santo, pelo crescimento das Equipes de Nossa Senhora na América Latina”.

Bogotá, 19 de junho de 1965. Recaída. Maurício esta manhã ofereceu novamente seus sofrimentos a Deus por todas as Equipes.

01 de outubro de 1965. Os médicos nos disseram que a morte de nosso filho não tardará. Continuamos oferecendo-o a Deus por todas as Equipes e pela Igreja. Estamos orgulhosos de que o Senhor nos ame ao ponto de escolher a Maurício para levá-lo ao céu.

14 de outubro. Maurício morreu às 20h15min, hora em que o Santo Padre, Paulo VI, celebrava a missa em Nova Iorque. Um sentimento de paz e de tranqüilidade inunda nossas almas ante o pensamento de que temos um filho no céu, onde intercederá por nós e pelas Equipes de Nossa Senhora, o que tanto queria.


Fevereiro de 1966

Henri Caffarel

Obs: Este texto foi traduzido por mim (Reizinho), com a ajuda da tradução enviada pelo Setor Pederneiras e do dicionário Português-Espanhol. Espero não ter modificado o pensamento do Pe. Caffarel.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

CONSTRUTORES OU INQUILINOS

(Ester e Renato- CRRio IV, Tereza-CRSLagos, Josefina e Roque-na época CRPLeste,Graça e Roberto-CRSRBrasil e Reizinho-CRSLagos)
(Encontro Provincial 2006)
Amados irmãos:
O tema Testemunhas a serviço dos casais continua repercutindo positivamente. Alinhamos entre os motivos a sua sintonia com o atual momento da Igreja latino-americana. A Conferência de Aparecida manifestou a necessidade e o desejo da Igreja em renovar-se, revitalizando a novidade do Evangelho, tão intimamente ligado à nossa história. Para tal, todos os batizados são conclamados a serem discípulos missionários de Jesus Cristo, construtores do Seu Reino.
Em reforço à importância da missão para nós equipistas, lembramos um trecho do artigo Construtores ou inquilinos do Padre Caffarel. O inquilino de um imóvel, diz ele, pode sentir-se em paz e usufruir tranqüilamente a comodidade que este lhe oferece, pelo simples fato de pagar o aluguel que lhe corresponde. Mas, a um membro de um movimento de espiritualidade jamais será permitido que ele permaneça simplesmente instalado.
Em outro momento, o Padre Caffarel é ainda mais incisivo: “Um Movimento se dirige para a morte quando seus membros deixam a mentalidade de construtores por uma mentalidade de inquilinos.”
As Equipes nasceram do anseio por uma vida cristã plena. Seus Estatutos, lançados em 1947, anunciavam em suas Razões de Ser que os casais equipistas queriam ser missionários de Cristo por toda a parte. Desde lá, o espírito que orienta o método do Movimento exige dos quadros um esforço permanente para mantê-lo ao serviço da santidade dos casais e, por conseqüência, da sua irradiação apostólica.
No cerne dessa busca está a consciência da missão da Igreja e a necessidade de revigorar a vivência da espiritualidade conjugal que desabrocha no compromisso missionário do amor conjugal.
O tema de 2008 retoma esses anseios. Quer desinstalar-nos. Renova o desejo do Padre Caffarel de que “cada equipe deveria ser um viveiro de apóstolos”, para que o Movimento se transforme em fermento de renovação espiritual da Igreja (cf. Mt 13,33). Sem isso, ele será substituído por um outro que atenda esse desafio.
O tema ainda nos impele a um apostolado mais intenso e audacio­so. Quer que sejamos protagonistas da esperança para jovens casais. Quer que os ajudemos a viver o amor conjugal alicerçado numa espiritualidade que os leve a viver a graça de serem filhos de Deus.
Diante disso, parafraseamos o nosso fundador, perguntando: “E vós, sois construtores ou inquilinos?”
Que a nossa resposta seja como a de Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo tua palavra (Lc 1,38).n
Graça e Roberto, CRSR

terça-feira, 17 de junho de 2008

ORAÇÃO PELOS CASAIS QUE ESTÃO SEPARADOS


O matrimônio é uma bênção, mas é preciso uma boa preparação! Viver o casamento a três: DEUS, O ESPOSO E A ESPOSA. Aprender a lidar com as diferenças, sem desanimar nas dificuldades. Para isso, o casal precisa ter um relacionamento sólido com Deus. Ele precisa ser o centro da vida do casal, caso contrário, não suportarão as conseqüências!
Um aviso aos recém-casados, o primeiro ano, é o ano de ajuste, é um perigo se deixar levar por coisas muito pequenas e querer logo se separar! Talvez você esteja pensando que tomou a decisão errada, mas não é isso! Todos os casais, desde os mais "perfeitos", passam pelos sofrimentos do ajustamento conjugal! Aguenta firme, com a força de Deus, tudo passa!

Você que está namorando ou está noivo, não dê passos para o matrimônio, com a mentalidade de que se não der certo, separa. É o princípio da morte de qualquer relacionamento. É a mentalidade de quem não acredita no eterno, é demoníaco. Com Deus no centro, você compreende o significado do amor verdadeiro, e supera as dificuldades que vão surgindo: diferenças de temperamento, crise financeira, as mudanças de comportamento, os problemas na área sexual, as divergências na educação dos filhos, a tentação do adultério .
Porém, nós sabemos que existem casais, que deram tudo de si para salvar o casamento, mas não conseguiram! Casais que nem queriam se separar, mas estão separados, por decisão do outro cônjuge!

Casais que estão separados, devido ao envolvimento de outras pessoas no relacionamento e que minaram, espiritualmente, a relação do casal! Vamos orar: (coloque o seu esposo ou esposa diante de Deus)

Senhor Jesus, restaura os laços matrimoniais dos casais que estão separados e que querem essa restauração!
Liberta, pelo poder do teu sangue e pela intercessão da virgem Maria, todos aqueles que estão sofrendo pelo adultério e pelo abandono dos seus cônjuges! Visita o coração daquele esposo ou esposa que está distante, dos que já estão separados na mesma casa.
Liberta os casais recém-casados que já estão pensando em separação!Liberta, Senhor, de toda força de pecado, ou do maligno, que oprime, que divide, que semeia o ódio, o rancor, a mágoa !
Liberta pelo poder de seu sangue, os casais que por fraqueza espiritual, foram atingidos por toda sorte de forças ocultas, lava com teu sangue redentor!
Cura as feridas de relacionamento: as marcas de palavras duras, humilhações, agressões físicas, adultério, mentiras, calúnias, mal entendidos e outras marcas!
Cura as feridas de infância e adolescência, que infuenciaram no relacionamento, levando a essa separação: os traumas, as feridas familiares que ele traz.
Cura os casais que estão separados por escolha errada dos seus cônjuges! Casaram-se com pessoas com doenças psíquicas graves, com desvios de personalidade e sexualidade, e só descobriram depois do casamento .
Cura aqueles que se casaram prematuramente, sem maturidade afetiva e emocional para enfrentar uma relação a dois!
Tudo isso te pedimos , em nome do Pai , do Filho e do Espírito Santo.
Amém !

Salette Ferreira (Canção Nova)

ORAÇÃO




Senhor, abençoa nosso matrimônio.

Sentimos diariamente quão fracos e falhos somos.

Nos irritamos com facilidade, e então procuramos a culpa em nosso cônjuge.

Esteja conosco para que nossa relação seja duradoura, vencendo a indiferença, a frieza e a rotina.

Rogamos por teu auxilio para que compreendamos um ao outro, e nos aceitemos mutuamente sem apelar constantemente aos direitos individuais.

Ajuda a manter nosso lar.


Amém!



Fonte:http://casais.wordpress.com/oracoes/

quinta-feira, 5 de junho de 2008

DECORO NOS LUGARES SAGRADOS


Há pouco tempo, aqui mesmo, tratei da preservação ou restauração de um ambiente sagrado em nossos templos. Mostrei o significado do silêncio, mesmo fora dos atos religiosos. Percebi a oportunidade da matéria e de um trabalho educacional que facilite a observância dessas exigências nascidas de nossa fé cristã e, por isso, volto ao assunto sob outros ângulos.
Uma Igreja ou capela deve proporcionar tranqüilidade. Em um mundo cheio de tensões, possui importância singular, ao favorecer um recolhimento interior e exterior. Cumpre criar um clima propício à prece, à reflexão, ao contato espiritual com o Senhor. A pessoa troca a agitação das ruas, as preocupações dos negócios, o trabalho esgotante e as angústias do dia-a-dia por outra realidade e valores diferentes. Tudo deve difundir paz, a começar pelo edifício. Há recursos arquitetônicos que possibilitam ao templo cumprir melhor suas funções, entre elas o convite à oração. Alguns gastos despendidos para diminuir a penetração do ruído externo ou amortecer o que é acrescido por defeitos de construção serão bem recompensados. A beleza na edificação, que pode ser obtida sem aumento de despesas, mas através da inteligência e do bom gosto, serve de veículo para transmitir mais facilmente a mensagem do Evangelho. Aliás, cabe também aos arquitetos estar atentos à iluminação.
Outro fator importante para gerar uma atmosfera religiosa na assembléia é o comportamento da assistência. Estabelecer, de modo claro, uma linha divisória entre uma reunião, mesmo familiar, de outra, religiosa, na casa de Deus. Evidentemente, é diverso o modo de trajar, falar, locomover-se no templo do Senhor ou em uma residência, no local de trabalho, na praia ou no estádio. O simples bom senso impede qualquer confusão. Nem sequer seria necessário apelar para as normas dadas pela autoridade eclesiástica. Infelizmente, um elementar nível educacional falta, algumas vezes, nessas oportunidades. A indumentária serve também para comunicar e transmitir conceitos. Assim, pela veste branca, o batizado “vestiu-se de Cristo na expressão de São Paulo (Gl 3, 27). Trata-se de uma espécie de linguagem que nos ensina serem diferentes o sacerdote e o leigo na rua ou no interior do lugar sagrado. Como há muitos membros do laicato que exercem encargos como, Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, leitores, comentaristas e outros, devem usar uma roupa característica ou, ao menos, conveniente em uma ação litúrgica. O respeito devido a Deus e também aos participantes do ato religioso exige, de quem vai proclamar a Palavra de Deus, dirigir as Preces da Comunidade, tomar parte na procissão do Ofertório e, de modo particular, distribuir – na ausência de padres e diáconos em número suficiente – a Sagrada Eucaristia, uma apresentação condigna, em conformidade com as normas diocesanas. Pode ser muito pobre a veste, mas sempre é a melhor que se possui e que serve para significar o respeito devido ao interlocutor ou aos circunstantes.
Quantas vezes pessoas se aproximam dos sacramentos usando vestes não apenas inadequadas ao momento, mas contrárias aos princípios evangélicos! Desobedecem as normas da Igreja.
Essas considerações merecem atenção também dos que são meros visitantes.
Por falta de sensibilidade, esquecimento das mais elementares prescrições da boa convivência, ocorrem fatos desabonadores. O templo difere de um local para reunião social, palestras ou convenções. A apresentação corporal deve estar de acordo com o local e as exigências de uma educação cristã.
Dois fatores influenciam negativamente nessa matéria, em particular nos tempos atuais. O turismo movimenta multidões. Grupos, no mesmo programa, são levados a festas profanas mas desejam também visitar Igrejas e participar de atos, com a mesma indumentária, o que é um erro. O outro é a falta de pudicícia, o crescimento da imoralidade. As consciências são cauterizadas por uma opinião pública adversa aos princípios cristãos, com conseqüências no interior das Igrejas.
Em vez de se esperar uma reação do sacerdote, muito mais eficaz é dispor interiormente a seguir a disciplina e o bom senso. A atuação dos pais junto aos filhos é um dever. A advertência fraterna dos amigos, uma valiosa colaboração.
O esforço em respeitar essas normas nas Igrejas, especialmente em funções religiosas, aperfeiçoa a vida espiritual, é valiosa contribuição à dignidade do culto divino.

DOM EUGÊNIO SALES

CARDEAL-ARCEBISPO EMÉRITO DA ARQUIDIOCESE DO RIO

terça-feira, 3 de junho de 2008

O CASAMENTO-AMOR COM COMPROMISSO


João Paulo II, de saudosa memória, num dos seus discursos ao Tribunal da Rota Romana, fez ressaltar a “diferença essencial” entre o matrimónio e a mera “união de fato”. O Santo Padre lembrou que os primeiros cristãos tiveram que enfrentar-se com a cultura jurídica de Roma, que fazia depender a estabilidade do vínculo matrimonial da permanência do affectio maritalis. Experimentalmente “o mero sentimento não pode separar-se da mutabilidade do ânimo humano; a atração recíproca não pode ter estabilidade e está exposta a extinguir-se facilmente se não definitivamente”. Pelo contrário, o amor coniugalis “não é só nem sobretudo sentimento, mas é essencialmente um compromisso com outra pessoa, que se assume com um ato da vontade. É isto que qualifica este amor, convertendo-o em conjugal. Uma vez dado e aceite o compromisso por meio do consentimento, o amor converte-se em conjugal e nunca perde esse caráter”.

O matrimónio reflete “uma doação recíproca de amor, de amor exclusivo, de amor indissolúvel, de amor fecundo”. Portanto, não pode confundir-se com o mero rito formal e externo, ainda que, “certamente, a forma jurídica do matrimónio representa uma conquista da civilização, que lhe confere relevância e eficácia face à sociedade. E esta compromete-se a cuidá-lo”. À luz dos grandes princípios naturais que marcam o matrimónio, chega-se a compreender “a diferença essencial existente entre uma mera união de fato – ainda que se pretenda fundada no amor – e o matrimónio, no qual o amor se traduz num compromisso não só moral, mas também jurídico”. Como consequência, revela-se incongruente “a pretensão de atribuir uma realidade ‘conjugal’ à união entre pessoas do mesmo sexo”. Se as palavras se gastassem eu penso que já não havia «amor», tão usada ela é. Usa-se no seu verdadeiro sentido e usa-se com uma despudorada deturpação. Os sábios e as pessoas de bom senso lamentam a deterioração da palavra «amor» - as pessoas não percebem que estão usando em vão o nome de Deus, uma vez que diz S. João que Deus é Amor. A palavra «amor» está de tal modo deturpada que se chamam aos adúlteros, os infiéis ao amor, «amantes». Essas pessoas amam a sua própria satisfação, os seus apetites desordenados e fogem de todo o sacrifício que acompanha o verdadeiro amor. Fala-se até de «amor livre», duas palavras que deviam viver unidas, que deviam ser fecundas e no entanto não passam de um encontro impessoal sem compromisso, sem outra finalidade que não seja a satisfação do instinto. O «amor humano» é muito diferente, porque o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Temos de tornar a dar à palavra «amor» a dignidade que lhe foi tirada, de modo que ela volte a mostrar centelhas da santidade de Deus. Assim tornaremos o «amor humano» semelhante ao amor de Deus que é Amor, melhor dizendo, é o Amor. No amor de Deus não aparece nenhuma componente material, porque Deus é puro Espírito e o seu Amor é puramente espiritual. Também no homem o amor é sobretudo ou deve ser espiritual, não se devendo dar esse nome à mera atracção física. É certo que no homem há uma mistura de espírito e corpo, e assim o amor terá manifestações sensíveis, sendo, porém, o seu princípio espiritual. Se faltar a componente espiritual ao «amor humano», não se está a falar de amor verdadeiro. Para que este exista tem de intervir a vontade, que leva a que o amor seja um «querer bem». Amar assim é buscar o bem do outro, como se fosse o seu próprio bem. Amar também é dar-se. Na Redenção Deus feito Homem, assume a forma de escravo, aniquila-se, Ele que é imutável que não pode sofrer torna Sua a natureza humana e sofre para nos resgatar do poder do pecado, do demónio e da morte – dá-se totalmente. Muitas vezes a sensualidade causa problemas porque o coração atraiçoa; então é preciso tirar do peito o coração de pedra e meter nele um coração de carne, obediente às leis de Deus e observante dos seus princípios (Cfr. Ez 36, 26-27). Este é o remédio que leva Rabindranath Tagore a escrever: “O tesouro da castidade vem da abundância do amor”. E como conseguir esse amor? Recorrendo à Mãe do Amor Formoso, a Virgem Nossa Senhora. Não tenhamos medo que o amor se torne demasiado espiritual, pois que quanto mais espiritual for mais alegre e mais nobre ele é. Talvez custe, mas recorrendo a Maria tudo irá bem e chegaremos à conclusão que vale a pena... Estas considerações podem servir de lembrança para o Dia dos Namorados uma vez que, para mim, o namoro deve ser a ante-câmara do Matrimónio.


Escrito por Maria Fernanda Barroca

ORAÇÃO DOS CASAIS




Obrigado, Senhor, pelo amor que nos une!
Abençoai, Senhor, esse amor, para que seja,a cada dia mais novo e criativo!
Novo para recomeçar sempre e com entusiasmo;
novo para sustentar-nos nas horas de crise e dificuldades;
criativo, para compreender as pessoas que caminham ao nosso lado;
criativo, para estender as mãos ao irmãos carentes.
Novo e criativo, para ser fonte geradora de paz,hamonia e de filhos de Deus, livres e conscientes.
Abençoai, Senhor, todos os casais que confiam em vós,que confiam no amor e num mundo melhor.
Amém.