sexta-feira, 15 de maio de 2009

QUANDO O PRÓXIMO É APENAS VOCÊ


Você deve lembrar-se daquela passagem do Evangelho de Lucas (10,25) em que um fariseu foi colocado por Jesus diante do mandamento da caridade. Tentando uma escapatória, o mestre da Lei perguntou: − Quem é meu próximo? A resposta de Cristo foi a parábola do Bom Samaritano. De uma maneira ou de outra, estamos sempre fazendo nossa a pergunta do fariseu: − Quem é meu próximo, a quem devo amar, ajudar, respeitar e tudo o mais?


De vez em quando poderíamos inverter um pouco a pergunta: − De quem o outro pode esperar amor, ajuda, compreensão? À primeira vista poderia parecer inútil a inversão da pergunta. Mas, pensando um pouco, são muitos, são todos que devemos considerar como nossos próximos, amar e ajudar. E, às vezes, podemos quase ficar sem saber a quem dar preferência. Por isso é bom pensar que em muitos casos nós somos a única possibilidade de auxilio para alguém ou para alguns. Muitas vezes para o outro, o único próximo é você, o único a seu alcance, o único que para ele pode significar tudo: esperança, solução, vida, salvação. Você se torna para ele a encarnação da providência bondosa de Deus. Para o outro o próximo é você.
A última oportunidade para ele continuar acreditando ainda no amor e na fraternidade. Você não pode falhar.


Para o outro, o próximo é você. Como para o judeu caído à beira da estrada o próximo era o primeiro que passasse. Um sacerdote passou perto, mas não foi próximo. Nem o foi um levita logo depois. O socorro lhe veio exatamente de quem ele poderia considerar como o mais distante. Próximo para ele foi o samaritano.


Para o outro, o próximo e você. Você que chegou primeiro e que talvez seja também o último a passar, já que ele não poderá esperar o próximo. Você deve assumir a responsabilidade, resolver o problema, virar-se, dar um jeito, fazer seja lá o que for, mas fazer, porque nesse momento você é a presença da fraternidade e da bondade divina. Para o outro, o próximo é você.


Pe.Flávio Cavalca – C.Ss.R.Redemptor

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