sexta-feira, 30 de abril de 2010

"SER EQUIPE E SER EQUIPISTA



“Só existe comunidade quando seus componentes
se conhecem, se interessam uns pelos outros,
se entreajudam e se amam”.
(Pe. Mário J. Filho – CM agosto/95)

No início somos comparados a uma espiga de trigo ou a um cacho de uvas. Olhando assim, de longe, tem-se a impressão de que estamos unidos e formamos uma coisa só – somos um grupo de casais - aparentemente estamos unidos, mas só aparentemente; se olharmos mais de perto veremos as cascas que separam um grão do outro, uma uva da outra.
Para realmente unir as uvas umas com as outras e os grãos de trigo uns com os outros, de forma que eles formem uma substância uniforme, onde não se consiga distinguir um do outro é necessário separá-los de suas cascas. O trigo e a uva terão de passar por um processo de transformação. Nós também. Este processo, apesar de doloroso, é a única forma de nos livrarmos das “cascas” que nos separam e que impedem a nossa transformação em uma verdadeira equipe, livres de quaisquer impedimentos e prontos para viver plenamente a vida comunitária.
Não se pode fazer pão com espigas de trigo, nem tampouco fazer vinho com uvas inteiras. Não podemos ser equipe, sem partilhar alegrias e dividir problemas. Não poderemos crescer como comunidade de casais se evitarmos parar para pensar juntos no que erramos e como trabalharemos para superar nossas deficiências na caminhada. Essas provações são necessárias e é vital que passemos juntos por elas. Assim cresceremos e nossa fé ficará adulta.
Se procurarmos viver uma “Vida de Equipe” durante o mês, se os encontros forem freqüentes, num clima de solidariedade e fraternidade, mais viveremos como comunidade cristã. É necessário saber aceitar com alegria as nossas diferenças, com um esforço constante de humildade criativa que nos ajude a respeitar o outro, mesmo quando divergimos de sua maneira de pensar e agir. Nesse sentido, lemos em At 4, 32: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma.”
Vida de Equipe é semelhante à vida matrimonial. Passarmos juntos por bons e maus momentos, conviver, dar-se a conhecer, entregar-se sem reservas, rir e chorar juntos, errar e pedir perdão, errar de novo e pedir perdão de novo e perdoar quantas vezes for necessário. É lutar com todas as forças para se livrar das “cascas” que impedem nossa união com os irmãos.
Se nós procurarmos nos livrar de nossas “cascas” para sermos verdadeiramente uma equipe, ao participarmos da missa entenderemos melhor o significado do pão e do vinho e da palavra comunhão.

Texto adaptado das Cartas Mensais de maio/2003 e setembro/2008


Nenhum comentário: