O primeiro requisito para que haja a oração conjugal é que os cônjuges saibam rezar individualmente. Sem oração pessoal não há oração conjugal.
É preciso preparar-se para a oração. Quando Moisés tem uma experiência de Deus que se manifesta a ele na sarça ardente, Deus manda que Moisés retire as sandálias, pois está em lugar sagrado (Ex 3,1-6). Devemos nos concentrar naquilo que vamos fazer. Muitas vezes dizemos que não temos tempo. Se Deus marcasse um horário conosco (de 6h às 7h da manhã; de 11h às 12h ou de 18h às 19h) poderíamos dizer que não coincide com o nosso horário. Mas Deus está 24h por dia à nossa disposição. Realmente, não há desculpa, se temos fé, se sabemos do amor que Ele tem por nós e se de fato O amamos e se temos consciência de sua presença sempre e em toda parte.
A oração pessoal e conjugal é uma luta. Luta contra Deus (Gn 32,22-30) que não nos atende de imediato, que nos tira o “fervor” dando-nos aridez, que nos testa para ver nossa confiança, humildade, perseverança. Jacó só conseguiu a benção depois de muita luta. É também luta contra nós mesmos, contra o nosso comodismo, nossa preguiça, nossa dispersão, nossa indisciplina quanto ao tempo, etc. Mas sem oração não há vida cristã. Só os corajosos e determinados conseguem se santificar e não se santifica quem não reza.
Os tipos de nossa oração são vários: de louvor e ação de graças (quantas maravilhas Deus realiza por nós, pelos nossos filhos, temos casa, emprego, saúde, fé, ENS, etc.). É preciso louvar e agradecer a Deus por tudo isso; de intercessão (pedir o dom da fé para os nossos filhos e demais familiares, pedir saúde para todos, paz na família, justiça e fraternidade para a sociedade, etc.); de perdão (pedir perdão por humilharmos ou manipularmos o nosso cônjuge, pelas nossas palavras ou atitudes inoportunas com os cônjuges ou os filhos ou os demais, pelas nossas omissões em nosso relacionamento conjugal ou em relação aos filhos, etc.). Pedir perdão a Deus na presença do esposo ou da esposa é sinal de humildade e apelo à misericórdia de Deus e do cônjuge.
Finalmente, além das orações espontâneas, podemos rezar o terço, os salmos (nas características para os quais são indicados – dor, alegria, penitência, confiança em Deus, etc.); livros com sugestões para cada dia do ano; Liturgia das Horas (as horas que forem possíveis) que é recomendada também para os leigos.
A oração sacerdotal de Jesus (Jo 17) é modelo de intimidade com Deus, de pedido de unidade, de co-responsabilidade pelos filhos, etc.
Estas são algumas pistas e reflexões que podem ajudar na tarefa tão difícil quanto necessária da oração conjugal. (Publicado na "Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora e no Informativo "Enfoques" da Região Rio IV)
Pe. José Júlio de Souza
SCE do Setor Lagos – Região Rio IV – Província Leste
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