terça-feira, 31 de março de 2009

REFLEXÃO


RESPONSABILIDADE MORAL


Para iniciar este ano novo, talvez nem as crises e problemas econômicos mundiais, nem os problemas sociais sejam as barreiras e dificuldades maiores a serem enfrentadas. Observadores da situação atual acham que o maior problema que o Brasil enfrenta é o problema da Ética e da Moral. Quer dizer, está faltando mais honestidade, mais verdade. Está tornando-se difícil confiar nas pessoas, pois tantas são as decepções. O que está faltando é mais responsabilidade moral.
Para entender melhor este assunto, façamos duas distinções: existe uma verdade objetiva que nos ensina o que é certo, e existe nossa percepção dessa verdade.
Como homens e mulheres de fé, acreditamos que nosso Deus nos tem revelado seu plano, como devemos agir e nos comportar. Não criamos a verdade. Descobrimos o que é verdade. Entre várias fontes, temos a Bíblia e a Igreja para revelar e iluminar essa verdade.
Uma vez que vivemos num mundo complexo, com diversas situações, Deus deu-nos uma outra fonte para nos guiar: a consciencia. É aquela voz que nos chama a amar e fazer o bem e evitar o mal. Soa nos ouvidos do coração, faz isto, evita aquilo. É uma lei que Deus inscreveu no coração dos homens.
Sendo possível matar a consciência, é necessário cultivar uma responsabilidade moral, quer dizer, desenvolver a capacidade de perceber o que é bom e o que é mal, o que é certo e o que é errado. Quem pratica a responsabilidade moral não dá mau exemplo, nem escandaliza os outros. Não prejudica os outros, nem sempre faz as coisas mais fáceis e convenientes.
A responsabilidade moral atua de quatro maneiras:
Às vezes, devo fazer algo porque é bom, é correto
Outras vezes, preciso impedir que algo mau ou negativo aconteça; devo tomar uma posição contrária
Ou deixo algo como está; não faço nada
Ou ainda, permito que algo aconteça.

ALGUNS CRITERIOS
· Obedecer às leis justas. Calcula-se que uma lei é boa até prova do contrario. Poderia acontecer ser necessário desobedecer a uma lei que injusta.
· Assumir minhas tarefas. Uma pessoa responsável sabe que tem obrigações. Outros dependem dela. Quando eu não cumpro os meus deveres, alguém fica prejudicado.
· Questionar a qualidade e a autenticidade de meus atos faz parte da responsabilidade moral. O que eu fiz, é o que Jesus queria? Foi o melhor possível? A minha intenção está em sintonia com o plano de Deus?
· Agindo moralmente, posso perder amigos quando questiono os atos dos outros, critico, faço objeções. Aqueles de consciência pesada ficam chateados, mas eu não posso ficar silencioso e quieto diante de um mal. Poderia chegar ao ponto de precisar denunciar um abuso às autoridades competentes.
Como se vê, ser responsável não é apenas um privilégio nem somente uma obrigação, mas é necessário para que cada um possa crescer como gente. Agir com responsabilidade moral faz parte da essência do ser humano. Quando não ajo assim, eu me torno menos gente.


Pe. Luis Kischner - C.Ss.R.Redemptor

sexta-feira, 27 de março de 2009

A POLÊMICA SOBRE O PRESERVATIVO


A polêmica sobre o preservativo não afetou a visita

YAOUNDÉ, quinta-feira, 26 de março de 2009 (ZENIT.org).- Os bispos dos Camarões publicaram uma declaração na qual acusam «certos meios de comunicação ocidentais» de terem «desinformado» sobre a visita de Bento XVI, negando que exista «mal-estar» na opinião pública do país pelas declarações do Papa sobre o uso dos preservativos na luta contra a AIDS.
No texto, assinado pelo presidente da Conferência Episcopal, Dom Victor Tonye Bakot, os prelados mostram seu «espanto» pelo acontecido, sobretudo ao constatar que «a imprensa quer fazer crer que existe um mal-estar na opinião camaronesa sobre a visita do Santo Padre, como consequência de suas declarações».

Em primeiro lugar, oferecem o texto completo das palavras do Papa que provocaram a polêmica, e lamentam que «o que os jornalistas retêm desta declaração tão completa do Papa seja apenas a oposição aos preservativos, ocultando toda a ação da Igreja na luta contra a AIDS e no cuidado dos enfermos».

Em segundo lugar, negam taxativamente que isso tenha afetado negativamente a acolhida dispensada ao Papa no país africano.

«O episcopado camaronês sublinha, e de maneira muito forte, que os camaroneses acolheram com alegria e entusiasmo o Papa Bento XVI, confirmando assim sua hospitalidade legendária. Não nega por isso a realidade da AIDS, nem seu efeito devastador nas famílias dos Camarões», afirma a nota.

Os prelados sublinham que o Papa deu uma dupla mensagem ao respeito: por um lado, «a Igreja Católica, em todas as partes, está comprometida diariamente na luta contra a AIDS», através de «estruturas adaptadas para a acolhida, o controle e o tratamento das pessoas infectadas pelo HIV. Esta assistência é por sua vez moral, psicológica, nutricional, médica e espiritual».

Por outro lado, «a Igreja, força moral, tem o imperioso dever de recordar aos cristãos que toda prática sexual fora do matrimônio e desordenada é perigosa e propícia à difusão da AIDS. É por isso que prega a abstinência para os solteiros e a fidelidade no seio do casal. É seu dever. Não pode subtrair-se dele».

Os prelados acusam também a mídia ocidental por «ter esquecido claramente outros aspectos essenciais da mensagem africana do Santo Padre sobre a pobreza, a reconciliação, a justiça e a paz».

«Isso é muito grave, quando se sabe o número de mortos que outras doenças na África causam, e sobre o que não há nenhuma publicidade verdadeira; quando se sabe ao número de mortos que provocam na África as lutas fratricidas devidas às injustiças e à pobreza.»

Os bispos concluem sua mensagem sublinhando que a Igreja Católica «não rejeita os enfermos de AIDS e não anima de nenhuma maneira a propagação da enfermidade, como pretendem fazer crer certos meios de comunicação».

terça-feira, 24 de março de 2009

25 DE MARÇO - ANUNCIAÇÃO DO SENHOR






Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.
Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: "A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade."

Com alegria contemplamos o Mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do Mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:


"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo:’ O Espírito Santo descerá sobre ti. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tu palavra’"

Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de TODOS, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o SIM do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: "Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade" (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário SIM humano da Virgem Santíssima.

Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: "Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco" (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:

"Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

FONTE DE CONSULTA: CANÇÃO NOVA

segunda-feira, 23 de março de 2009

ATITUDE!


Uma mulher acordou uma manhã após a quimioterapia, olhou no espelho e percebeu que tinha somente três fios de cabelo na cabeça.
- Bom (ela disse), acho que vou trançar meus cabelos hoje. Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça.
- Hummm (ela disse), acho que vou repartir meu cabelo no meio hoje. Assim ela fez e teve um dia magnífico.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça.
- Bem (ela disse), hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo. Assim ela fez e teve um dia divertido.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça.
- Yeeesss... (ela exclamou), hoje não tenho que pentear meu cabelo.

ATITUDE É TUDO!

Seja mais humano e agradável com as pessoas. Cada uma das pessoas com quem você convive está travando algum tipo de batalha.
Viva com simplicidade.
Ame generosamente.
Cuide-se intensamente.
Fale com gentileza.
E, principalmente, não reclame.
Se preocupe em agradecer pelo que você é, e por tudo o que tem! E deixe o restante com Deus.

sexta-feira, 20 de março de 2009

A POSIÇÃO DA IGREJA SOBRE O PRESERVATIVO


O que Igreja diz e o que não diz sobre preservativo

Presidente dos médicos católicos esclarece o debate

BARCELONA, quinta-feira, 19 de março de 2009 (ZENIT.org).- Ao ler os jornais, dá a impressão de que a Igreja diz que, se uma pessoa vai ter relações com uma prostituta, não deve utilizar o preservativo, reconhece o presidente da associação dos médicos católicos do mundo.
José Maria Simón Castellví ilustra com este exemplo a superficialidade com que alguns meios de comunicação informaram sobre as palavras de Bento XVI nesta terça-feira, a bordo do avião que o levava a Camarões, quando esclareceu que o preservativo não é a solução para a AIDS.
«A Igreja defende a fidelidade, a abstinência e a monogamia como as melhores armas», indica o presidente da Federação Internacional de Médicos Católicos (FIAMC) em uma declaração concedida à Zenit.
Contudo, a mídia e inclusive alguns representantes políticos acusaram a Igreja de promover a AIDS na África. Obviamente, esclarece o médico, a Igreja não está dizendo que se pode manter todo tipo de relações sexuais promíscuas, com a condição de não utilizar o preservativo.
O Dr. Simón explica que, para entender o que a Igreja diz sobre o preservativo, é necessário compreender o que é o amor, como explicou o próprio Papa aos jornalistas, apesar de que essa parte de sua conversa foi censurada pela maior parte dos meios de comunicação.
«O preservativo é uma barreira, mas uma barreira com limites que muitas vezes se abrem. Especialmente em jovens pode não ser produtivo no que diz respeito à transmissão do vírus», acrescenta.
«Os médicos católicos estão a favor do conhecimento científico – declara. Não dizemos as coisas só por carga ideológica. Da mesma maneira que admitimos que um adultério de pensamento não transmite nenhum vírus mas é algo mal, devemos dizer que os preservativos têm seus perigos. Barreiras limitadas.»
O médico ilustra a posição da Igreja usando um caso histórico, recolhido por meios informativos.
Em Yaoundé, em 1993, aconteceu a VII Reunião Internacional sobre a AIDS com especialistas médicos e de saúde. Foi uma reunião da qual participaram cerca de 300 congressistas, e se distribuiu ao final um questionário para que se indicasse, entre outras coisas, se se havia tido relações sexuais durante os três dias que durou a reunião com pessoas que não fossem parceiros estáveis.
Dos pesquisados, 28% responderam que sim, e destes, 30% disseram que não haviam tomado «precaução» alguma para evitar contágios.
«Se isso ocorre entre pessoas ‘conscientizadas’, o que ocorrerá entre as pessoas normais?», pergunta.


terça-feira, 17 de março de 2009

ABORTO E DIREITO À VIDA - HÉLIO BICUDO


"Sob os aplausos de uma sociedade defeituosamente informada e muitas vezes conivente, violam-se a Constituição e tratados internacionais para acelerar o egoísmo humano."


Sem entrar no mérito do reconhecimento, por um bispo da Igreja Católica, de que a hipótese enquadrava-se no cânon 1398 (qui abortum procurat, effecto secreto, in-excommunication latae sentenciae incurrit), do Código do Direito Canônico, para impor excomunhão àqueles que participaram do abortamento de uma pequena vítima que engravidara em consequência de relações sexuais impostas por seu padrasto, convém lembrar alguns pontos das leis brasileiras que impõem castigo penal à prática do aborto, que vem sendo esquecidas e, em consequência violadas impunemente, pois seu não cumprimento é estimulado por posições assumidas por altas personalidades da República.

É verdade que o Código Penal, sem retirar o caráter criminoso do fato, exime de pena o autor do aborto tendo em vista gravidez resultante de estupro ou, então, para salvar a vida da gestante (artigo128).

Entretanto, é preciso convir que o nosso Código Penal é de 1941. Mais recentemente, com a promulgação da Constituição de 1988, considerando a vida como um bem supremo, acima, portanto, de quaisquer considerações que lhes possam ser contrárias, não se pode admitir, como eximente, a prática de aborto em decorrência de estupro.

Na verdade, somente é admissível o aborto, quando praticado segundo a dirimente do estado de necessidade, isto é, dentre dois bens jurídicos em vias de extinção, é lícito a escolha de um deles, em detrimento de outro. Se durante um parto, o médico verificar que ao invés de morrerem a parturiente e o feto, ele pode e deve optar pela vida mais plausível, deixando que a criança morra para salvar a vida da mãe, ou que esta faleça, para que prevaleça a vida da criança. (cf. artigo20, do Código Penal).

Semelhantes conclusões têm fundamento na Constituição Federal e nos tratados internacionais de que o Brasil é parte, todos no sentido de que o artigo 128, do Código Penal, está derrogado, no que tange às excludentes ali contempladas.

Assim, o artigo 5° da Constituição estabelece que, sem distinção de qualquer natureza, garante-se a inviolabilidade do direito à vida.

Quando não bastasse, o parágrafo 2° desse mesmo artigo dispõe que as garantias expressas no texto constitucional não excluem outras decorrentes do regime e dos princípios por ele adotados, ou dos tratados internacionais em que a República federativa do Brasil seja parte.

Nesse sentido, convém lembrar, antes de mais, que a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança”.

Na mesma direção, a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem estabelece que “todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança de sua pessoa”.

Poder-se-ia argumentar que, na espécie, trata-se apenas de meras declarações, sem poder cogente. É um argumento que desconhece a relevância do costume na interpretação e validação das regras do Direito Internacional. No caso, trata-se de uma imposição do Direito Internacional costumeiro, tanto mais válido, quando se impõe mediante disposições, de tantos outros tratados, convenções ou protocolos empenhados na proteção da vida humana. Poderíamos citar dezenas deles.

E não é por outro motivo que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, à qual o Brasil aderiu e ratificou, assinala em seu artigo 4°, inciso 1°, que “toda pessoa tem o direito a que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente”.

Como se vê, considerando-se o quanto está escrito nas Declarações Universal e Americana, o Direito Constitucional Brasileiro, que incorporou suas normas, considera o início da vida no momento da concepção e, em conseqüência, pune criminalmente, na forma dos artigos 125 e 126 do Código Penal tantos quantos participarem do homicídio de uma pessoa que se aperfeiçoa durante a vida intra-uterina.

Não são, assim, consideradas as posições que pretendem postergar o início da vida em qualquer outro momento após a concepção, mesmo porque, na hipótese, essas discussões cedem o passo à determinação legal.

Lamentavelmente, no Brasil, esse tipo de discussão vem ganhando dimensões emocionais, incompatíveis com a realidade de nosso ordenamento jurídico, cujas violações vêm sendo consentidas e que, na prática, assumem as dimensões de um verdadeiro holocausto, como bem qualificou o arcebispo de Olinda.

É preciso, pois, que desde o presidente da República até o mais humilde dos cidadãos aprendam a conhecer a lei e interpretá-la segundo os interesses maiores de respeitar e preservar a vida humana.

A lei impõe ao estupro, que considera crime hediondo, penas severas. Mas esse crime não pode contaminar o ser acaso gerado por essa via, que vem sendo, sob a banalização da vida, sumariamente eliminado, sem direitos de defesa.
Sob os aplausos de uma sociedade defeituosamente informada e muitas vezes conivente, violam-se a Constituição e tratados internacionais para acelerar o egoísmo humano.

Segunda-feira, 16 de março de 2009

Hélio Bicudo - presidente da Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (FidDH)

http://ultimainstancia.uol.com.br/artigos/ler_noticia.php?idNoticia=62647


Recebido do Padre Flávio Cavalca em 17/03/2009

segunda-feira, 16 de março de 2009

REFLEXÃO


O URSO E A PANELA

Um grande urso, vagando pela floresta, percebeu que um acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida. Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo. Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina...
Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava. O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia.
Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.
Moral: Quando terminei de ouvir esta história de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes. Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos.
Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir. Tenha a coragem e a visão que o urso não teve. Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. SOLTE A PANELA!


JAMAIS FIQUE REMOENDO O QUE PASSOU. ACOLHA O PRESENTE COMO UM DOM.


ORAÇÃO

Senhor, nosso Deus e Pai, concedei-nos que, vivendo entre as realidades que passam, não nos apeguemos demasiadamente a elas, mas abracemos as que permanecem até a vida eterna. Isso vos pedimos pelo Cristo, vosso Filho e Senhor nosso. Amém.


Colaboração de Lili e Constantino

sábado, 14 de março de 2009

ARTIGO DO PROF.MIGUEL REALE JUNIOR - BIG BROTHER BRASIL




Artigo do Prof. MIGUEL REALE JÚNIOR sobre o "BBB".

Programas como Big Brother indicam a completa perda do pudor, ausência de noção do que cabe permanecer entre quatro paredes. Desfazer-se a diferença entre o que deve ser exibido e o que deve ser ocultado. Assim, expõe-se ao grande público a realidade íntima das pessoas por meios virtuais, com absoluto desvelamento das zonas de exclusividade. A privacidade passa a ser vivida no espaço público.

O Big Brother Brasil, a Baixaria Brega do Brasil, faz de todos os telespectadores voyeurs de cenas protagonizadas na realidade de uma casa ocupada por pessoas que expõem publicamente suas zonas de vida mais íntima, em busca de dinheiro e sucesso. Tentei acompanhar o programa. Suportei apenas dez minutos: o suficiente para notar que estes violadores da própria privacidade falam em péssimo português obviedades com pretenso ar pascaliano, com jeito ansioso de serem engraçadamente profundos.

Mas o público concede elevadas audiências de 35 pontos e aciona, mediante pagamento da ligação, 18 milhões de telefonemas para participar do chamado "paredão", quando um dos protagonistas há de ser eliminado. Por sites da internet se pode saber do dia-a-dia desse reino do despudor e do mau gosto. As moças ensinam a dança do bumbum para cima. As festas abrem espaço para a "sacanagem" geral. Uma das moças no baile funk bebe sem parar. Embriagada, levanta a blusa, a mostrar os seios. Depois, no banheiro, se põe a fazer depilação. Uma das participantes acorda com sangue nos lençóis, a revelar ter tido menstruação durante a noite. Outra convivente resiste a uma conquista, mas depois de assediada cede ao cerco com cinematográfico beijo no insistente conquistador que em seguida ridiculamente chora por ter traído a namorada à vista de todo o Brasil. A moça assediada, no entanto, diz que o beijo superou as expectativas. É possível conjunto mais significativo de vulgaridade chocante?

Instala-se o império do mau gosto. O programa gera a perda do respeito de si mesmo por parte dos protagonistas, prometendo-lhes sucesso ao custo da violação consentida da intimidade. Mas o pior: estimula o telespectador a se divertir com a baixeza e a intimidade alheia. O Big Brother explora os maus instintos ao promover o exemplo de bebedeiras, de erotismo tosco e ilimitado, de burrice continuada, num festival de elevada deselegância.

O gosto do mal e mau gosto são igualmente sinais dos tempos, caracterizados pela decomposição dos valores da pessoa humana, portadora de dignidade só realizável de fixados limites intransponíveis de respeito a si própria e ao próximo, de preservação da privacidade e de vivência da solidariedade na comunhão social. O grande desafio de hoje é de ordem ética: construir uma vida em que o outro não valha apenas por satisfazer necessidades sensíveis.

Proletários do espírito, uni-vos, para se libertarem dos grilhões da mundialização, que plastifica as consciências.

Miguel Reale Júnior, advogado, professor titular da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras.

O Estado de São Paulo, 02 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

O NAVIOZINHO




Em tempos antigos, houve quem descrevesse a Igreja católica como a “navicella”, o naviozinho que às vezes tem de cruzar mares tenebrosos. Alguma coisa desse conceito volta agora pelas palavras de Bento XVI, na longa e importante entrevista que foi editada no Brasil sob o título “O Sal da Terra” (ed. Imago). Confrontado com números que comprovariam o “encolhimento” do catolicismo, sobretudo em alguns países europeus, o ainda cardeal Ratzinger respondeu: “Penso que se tem de abstrair dos parâmetros quantitativos do sucesso. É que nós não somos uma empresa comercial que pode avaliar em números se faz uma política de sucesso e se vende cada vez mais. Mas prestamos um serviço que acabamos por colocar nas mãos do Senhor. Por outro lado, também não quer dizer que não conduza a nada. Verificam-se sinais de ressurgimento da fé, sobretudo entre os jovens, em todos os continentes”.

Mais adiante, ele acrescenta:

“Talvez tenhamos de nos despedir das idéias existentes de uma Igreja de massas. Estamos possivelmente perante uma época diferente e nova na história da Igreja. Nela, o cristianismo voltará a estar sob o signo do grão de mostarda, em pequenos grupos, aparentemente sem importância, mas que vivem intensamente a luta contra o Mal e trazem o Bem para o mundo; que deixam Deus entrar. Vejo que há muitos movimentos desse tipo. Não quero dar agora exemplos concretos. De fato, não há conversões em massa ao cristianismo, não há uma mudança histórica paradigmática nem uma virada. Mas existem formas fortes de presença da fé que voltam a dar ânimo, dinamismo e alegria às pessoas; presença da fé que significa alguma coisa para o mundo”.

O entrevistador pergunta: cada vez mais pessoas se interrogam se o barco da Igreja um dia continuará navegando. Ainda valerá a pena subir a bordo? E o futuro Papa responde: “Sim, creio nisso com firmeza. É um barco experimentado e, no entanto, novo. É sobretudo o diagnóstico do tempo presente que torna tanto mais evidente que se precisa do barco. Basta imaginar esse barco fora do paralelograma de forças do presente para ver a derrocada e o desmoronamento de força espiritual que ocorreriam”.

São exemplos do olhar ao mesmo tempo sereno e arguto com que Bento XVI examina as questões da atualidade.

LUIZ PAULO HORTA

http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia_list.asp?cod_canal=36



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quarta-feira, 11 de março de 2009

PERDÃO




Não foi em vão que, João Paulo II, de feliz memória, quis pedir perdão tanto a judeus quanto a protestantes, tanto aos muçulmanos quanto a Galileu... a uns e outros. Eu pensei: bem! Por fim, alguém não se inibe em pedir perdão! Alguém está tentando dar um novo recomeço ao nosso modo de ser, de pensar, de viver. Alguém está pregando o perdão com o exemplo, perdoando àquele que atentou contra sua vida. Alguém este preocupado com o perdão das dívidas externas dos países mais pobres. Será que o Papa quis inaugurar um novo milênio, presidido pelo perdão e a conseqüente reconciliação entre pessoas, povos e nações?

Uma coisa é ter a lucidez de pedir perdão por erros passados. Porém, nosso presente, não continua a cometer os mesmos erros?







Por isso, tantas vezes, me pergunto: Quem deveria de pedir perdão a nossos meninos de rua, que sobrevivem numa feroz miséria e violência, e que pululam por nossa inteira América Latina? Quem deveria de pedir perdão às crianças e adolescentes obrigados a trabalhar prematuramente ou a serem soldados em conflitos armados? Quem deveria de pedir perdão aos mortos e feridos, e suas famílias, em nossas guerras atuais? Quem deveria de pedir perdão pelo terrorismo? Quem deveria de pedir perdão aos milhões de seres humanos que continuam a morrer por causa do HIV? Quem deveria de pedir perdão aos outros milhões de seres humanos que, alienados pelas drogas, vegetam numa infeliz semi-inconsciência? Quem deveria de pedir perdão às crianças, vítimas de abortos provocados, que nunca chegaram a conhecer a luz do dia, ou às crianças comercializadas ou vítimas de abusos sexuais? Quem deveria de pedir perdão às vítimas de seqüestros, chantagens, assassinatos da violência urbana? Quem deveria de pedir perdão aos mortos e feridos em acidentes de trânsito? Quem deveria de pedir perdão às mulheres prostituídas, comercializadas, violentadas ou agredidas? Quem deveria de pedir perdão aos filhos dos casais destruídos? Quem deveria de pedir perdão pela redução à miséria, à fome e à morte de uma boa parte de nossa humanidade? Quem deveria de pedir perdão aos pais e mães de família pobres, desempregados, levados ao desespero e até ao suicídio? Quem deveria de pedir perdão aos desalojados, aos refugiados das guerras, da miséria e da fome? Quem deveria de pedir perdão aos sem-terra, sem-teto, aos favelados, aos sem-emprego, sem-salário digno? Quem deveria de pedir perdão aos velhinhos que não são cuidados por ninguém e que, tantas vezes, são explorados pelos próprios parentes? Quem deveria de pedir perdão aos emigrantes, aos retirantes? Quem deveria de pedir perdão pela destruição de nossas florestas? Quem deveria de pedir perdão pelas espécies vegetais e animais em extinção? Quem deveria de pedir perdão pela corrupção e degeneração, pela mentira e embotamento dos sentidos a que somos submetidos diariamente por uns e outros? Quem deveria de pedir perdão pelo envenenamento de nossa atmosfera, de nossas águas, de nosso planeta? Quem deveria de pedir perdão aos negros, aos homossexuais, aos índios...? Quem deveria de pedir perdão ao próprio Deus pelo que fizemos com ele, com seu Universo, com Jesus Cristo e com sua própria imagem que é nossa inteira humanidade?

Não foram poucas vezes as que, ao longo de minha vida, fui obrigado a refletir sobre o perdão. Sobre a reconciliação. Sempre concluí que fazer acontecer a alegria do perdão é a expressão prática maior do amor. Quem ama, certamente, perdoa. Na mesma medida em que a pessoa se aprofunda ou se abnega no perdão, se engrandece e cresce no amor. O perdão é aquilo que verifica a autenticidade do nosso amor e da vida. Creio firmemente, na importância da vivência do perdão, como crescimento humano e divino. Pedir, dar ou receber o perdão deveria de ser algo assim como a respiração: inspirar e espirar para nos oxigenarmos e nos mantermos vivos no meio de uma humanidade saudável. Porque na medida em que o perdão não acontece, a coletividade humana vai se envenenando a si própria e a tudo aquilo que a rodeia.

Olhando para Jesus, o homem crucificado, ouço-lhe dizer: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Jesus disse isso para aqueles que o estavam matando e, sacramentalmente, para toda a humanidade, em cuja história, nós estamos neste momento. Essa prece de perdão, com a conseqüente explicação de inconsciência, retumba pela terra e pelo universo inteiro, desde aquele momento e para sempre. Não em vão, o centurião romano que contemplou a cena, deduziu, simplesmente que, aquele homem era o filho de Deus. Em Jesus crucificado se restaura definitivamente a imagem de Deus que é, por definição, o ser humano. Em Jesus crucificado aparece a realidade histórica do homem e de Deus.

Não tenho dúvida de que, a história de violência e destruição do mundo que nós provocamos e da que nós somos vítimas, se transformará em solidariedade e paz, naquele dia em que nós supliquemos, tanto a Deus quanto a nós mesmos, parafraseando a Jesus: Pai perdoa-nos porque não sabemos o que fazemos! O caso é que, aqui, parece ser que todo o mundo sabe o que está fazendo, que todo o mundo tem mais razão do que os outros e, conseqüentemente, ninguém pede perdão a ninguém! As conseqüências estão por aí...




Pe. Agustin Juan Calatayud y Salom sj

segunda-feira, 9 de março de 2009

Nota dos Bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB


Nota em defesa da vida

Nos, Bispos da Igreja Católica, Coordenadores e Coordenadoras de Pastoral, reunidos na sede da CNBB do Regional NE 2, na Cidade do Recife, tomamos conhecimento do caso de uma menina de nove anos da cidade de Alagoinha-PE, grávida de gêmeos, resultado do estupro praticado pelo padrasto e da interrupção da gravidez. Diante do fato e da sua repercussão, sentimo-nos levados a fazer uma breve reflexão:


1. A Igreja, historicamente, sempre se colocou a favor da vida, desde a sua concepção e desenvolvimento até o seu declínio natural, iluminada pela Palavra de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo 10,10).


2. Esse princípio norteou a prática da Igreja no Brasil, também na época do Regime Militar, instaurado em 1964, quando se colocou a favor da vida e da dignidade das pessoas, defendendo os direitos humanos dos perseguidos, torturados e refugiados políticos.


3. A Campanha da Fraternidade que, a cada ano, promove a vida e defende a dignidade das pessoas, coloca-se contra todo tipo de violência, em qualquer circunstância, para construir uma sociedade baseada na “civilização do amor”.


4. Hoje, cresce a consciência dos direitos humanos, que não admite nenhum tipo de violência, tanto mais, envolvendo a criança e a mulher. No caso específico, repudiamos o estupro e o abuso sexual sofridos pela criança.


5. Vivemos em uma sociedade pluralista onde o Estado se estrutura e se rege por uma legislação, refletindo a cultura dominante, que nem sempre respeita os princípios éticos e naturais. Nem sempre se pode identificar o que está amparado por leis, com princípios éticos e valores morais. Para nós, sempre terá precedência o mandamento do Senhor: “Não matarás”!


Portanto, diante da complexidade do caso, lamentamos que não tenha sido enfrentado com a serenidade, tranqüilidade e o tempo necessário que a situação exigia. Além disso, não concordamos com o desfecho final de eliminar a vida de seres humanos indefesos. Cabe a nós externar publicamente as nossas convicções em defesa da vida que é sempre um dom de Deus.


Recife, 05 de março de 2009.


Nota da CNBB sobre o caso da menina de nove anos vítima de estupro
BRASÍLIA, domingo, 8 de março de 2009 (
ZENIT.org ).


- Publicamos a seguir a nota que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou nesse sábado sobre o caso da menina de nove anos vítima de violência sexual por parte do padrasto, do que resultou uma gravidez de gêmeos, interrompida na última quarta-feira.
* * *
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, reunida em Roma nestes dias, acompanha perplexa, como toda a sociedade brasileira, a notícia da menina de nove anos que, em Pernambuco, há três anos vinha sofrendo violência sexual por parte de seu padrasto, tendo sido por ele estuprada, do que resultou uma gravidez de gêmeos.

Repudiamos veementemente este ato insano e defendemos a rigorosa apuração dos fatos, e que o culpado seja devidamente punido, de acordo com a justiça.

Lamentamos que este não seja um caso isolado. Preocupa-nos o crescente número de atentados à vida de crianças, vítimas de abuso sexual. Neste contexto, a Igreja se faz solidária com esta e com todas as crianças vítimas de tamanha brutalidade, bem como com suas famílias.

A Igreja, em fidelidade ao Evangelho, se coloca sempre a favor da vida, numa condenação inequívoca de toda violência que fere a dignidade da pessoa humana. Os bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB acabam de se manifestar sobre esse doloroso acontecimento. Assumimos seu pronunciamento e com eles reafirmamos: “diante da complexidade do caso, lamentamos que não tenha sido enfrentado com a serenidade, tranqüilidade e o tempo necessário que a situação exigia. Além disso, não concordamos com o desfecho final de eliminar a vida de seres humanos indefesos”.


Roma, 06 de março de 2009


Dom Geraldo Lyrio RochaArcebispo de MarianaPresidente da CNBB

Dom Luiz Soares VieiraArcebispo de ManausVice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara BarbosaBispo Auxiliar do Rio de JaneiroSecretário Geral da CNBB

sábado, 7 de março de 2009

ORAÇÃO PELA MULHER


Obrigado Senhor
por teres criado no mundo a mulher,
por tê-la enriquecido com preciosos dons:
o carinho, a sensibilidade, a beleza,
a ternura, a dedicação e o amor.
Deste ao homem a graça de encontrar na mulher:
uma amiga, irmã, companheira, esposa e mãe.
Nela se processa o mistério da vida,
sendo capaz de gerar,de trazer à luz filhos e filhas.
Sem sua presença no mundo,
o amor estaria fadado à extinção.
E o mundo ficaria pobre e sem sentido.

Perdoa-nos, Senhor,
por nem sempre sabermos reconhecer
o verdadeiro valor da mulher,
por muitas vezes a considerarmos objetos,
sexo frágil e força de trabalho doméstico.

Que também a mulher reconheça seu valor,
sua dignidade e sua missão no mundo.
Que ela não aceite ser instrumentalizada
nem banalizada no seu corpo e nos seus
sentimentos.

Que no corpo e na alma de cada mulher,
possamos continuar encontrando os sinais
de MÃE que nela plantaste,


Amém.
08 MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA MULHER

terça-feira, 3 de março de 2009

QUARESMA - TEMPO PARA REZAR


Advento é tempo para rezar mais, para preparar a vinda do Senhor. É importante rezar, estar em comunhão consciente com Deus durante estes dias. Santo Afonso, grande doutor da oração, fala sobre o valor da oração de petição. Ela revela nossa atitude humilde, mostra que não somos auto-suficientes. Precisamos da ajuda do Senhor. Alguns autores dão a impressão que pedir seja a forma mais baixa da oração, algo egoísta e não digno de um bom cristão. Não há duvida que existem pessoas que não sabem bem o que pedir, e Jesus disse que precisamos do Espírito Santo para nos informar sobre este assunto. Vejamos uma lista de razões, que o santo nos oferece, e que mostram porque a Oração de Petição é valida.– É mais uma ação da graça de Deus em nossa natureza humana do que uma simples atividade humana qualquer. Não rezamos a fim de nos sentir bem. Participamos da ação salvadora de Cristo. Quem nos inspira a pedir é o Espírito Santo, que nos faz lembrar de nossa condição precária. – Oração de petição é a oração dos pobres, a classe com quem Jesus se associou, entre os quais encontrou amizade. O pobre não sofre de nenhuma ilusão. Sabe que precisa do auxilio do Senhor, pois nada tem e é incapaz de agir sozinho. Ao pedir algo de Deus, estamos confessando e admitindo nossa condição real, rezando para realizar a Vontade de Senhor. – Este tipo de oração abre-nos para seguir a Vontade de Deus (tão central na espiritualidade de Afonso), e, incrível que pareça, tornamo-nos sócios na obra da Redenção. Quem pede não tem poder de exigir, recebe o que o outro lhe dá. Deste jeito, ao fazer uma oração de petição, estamos solicitando colaboração no plano de Senhor. – Esta oração não é tanto para informar Deus sobre as nossas necessidades, nem para tentar mudar a vontade de Deus, mas para que Deus nos mude. Rezar diariamente, fazendo disso o ponto central de nossa existência, transforma-nos. Tornamo-nos mais dóceis, abertos, disponíveis. Além disso, ninguém é uma ilha, fora, à parte dos outros. Vivemos em comunidade de várias maneiras. Cada vez que alguém reza um pouco mais, transforma e melhora as pessoas em seu circulo de amizade. – Deus já sabe de tudo. Ao me colocar num clima de oração, estou aberto e receptivo diante de seus planos.– Na medida em que rezamos em função das necessidades ou pedidos de outras pessoas, criamos uma comunhão de amor com essas pessoas por quem rezamos. Este tipo de oração desafia-nos a responder-lhes com mais amor, da mesma maneira que Deus tem mostrado seu amor por nós. Afinal, Jesus quer a salvação de todos. Quem reza pelo crescimento espiritual e pela conversão do próximo demonstra grande caridade.– A vida voltada para a oração de petição gera em nós uma vida de ação de graças, de agradecimento e louvor, algo que se encontra tantas vezes na Bíblia, especialmente no Magnificat. Preste atenção a seus desejos, ao que você está procurando. Contribuem para seu crescimento e amizade com o Senhor, ou são distrações que o afastam de sua busca? O que você pede indica que tipo de pessoa você é. “Senhor, Jesus, meu melhor amigo, dá-me tudo que é importante para minha felicidade verdadeira e minha salvação eterna. Amem.”

Pe. Luis Kichner

segunda-feira, 2 de março de 2009

PERDOE


"Aquele que não perdoa o outro detona a ponte que ele mesmo terá que atravessar."(George Herbert)

Da mesma maneira que você pode sentir a dor da ferida, você pode sentir a dor da cura. Quando alguém trouxe ira ao seu coração, lhe ofendeu, lhe desapontou, lhe frustrou ou de alguma maneira muito lhe feriu, a realidade é que você se tornou um participante daquela ferida. Isso não significa que o aquela pessoa fez foi algo aceitável. Não foi e não é.
Porém, a melhor estratégia a fim de restaurar o seu bem estar é a de superar isto. A ferida que você sente é sua na medida em que você tem decidido experimenta-la.
Portanto, tome a decisão de parar de sentir esta dor. O perdão é algo muito mais benéfico a você do que para a outra pessoa. Portanto, para o seu próprio bem, pratique-o! Quanto mais você segurar o seu perdão, maior será o seu senso de vitimização pelo erro e culpa da outra pessoa.
Não se esqueça que o perdão nasceu no coração de Deus e Ele estende os benefícios do perdão a você hoje. Não importa quão doentia foi a intenção por parte de alguém em lhe ferir; ao perdoar, você sinaliza a sua recusa de não mais participar nesse doloroso processo. Essa é uma estratégia poderosa. Perdoe e faça a sua vida positiva, produtiva, alegre e cheia de um sadio senso de gratificação.