segunda-feira, 29 de junho de 2009

UMA NOITE À LUZ DE VELAS


Encontrei uma pessoa que me confessou que a sua família, uma vez por semana, passa uma noite à luz da vela. Tudo começou num dia em que a eletricidade faltou. Nessa noite não houve televisão, nem rádio, nem computador. Pais e filhos ficaram juntos em redor de uma vela acesa. O serão foi divertidíssimo, conversou-se, contaram-se histórias e o tempo passou serenamente. A experiência agradou e, a família, a partir desse dia decidiu passar uma vez por semana, à noite à luz da vela.

Atualmente, durante o dia, se retiramos o tempo de sono, as famílias dispõem pouco mais de três a quatro horas para estarem juntas. Habitualmente o (des)encontro tem início ao jantar. As refeições são feitas de televisão ligada para se ver as notícias. Este momento de partilha, por excelência, é assim desperdiçado: a televisão intromete-se, como se de um muro se tratasse. A seguir ao jantar, enquanto os mais novos se isolam no quarto a ouvir música, a jogar no computador ou a navegar na Internet, os pais continuam hipnotizados pelo televisor, distraindo-se com a novela ou com o reality show do momento. O tempo passa e, sem darem conta, as quatro horas foram consumidas num ápice. No outro dia, a rotina repete-se.

Para existir intimidade entre as pessoas é indispensável que haja partilha. É importante revelar os pequenos acontecimentos que ocorreram durante o dia. Os momentos bons, os maus, as dúvidas, os desejos, as frustrações, enfim., é preciso partilhar. De que outra forma é que nos podemos conhecer uns aos outros? Se perdermos este hábito como é que os pais podem acompanhar o que se passa com os filhos? E o casal, como é que pode ter intimidade se não existir diálogo?

Nos dias de hoje não se discutem em casa os vários assuntos da atualidade; assistimos na televisão aos debates que os outros fazem por nós. As crianças têm cada vez menos espaço para a imaginação. Não brincam, preferem jogar em frente a um computador um jogo que alguém imaginou para eles. Os adolescentes não procuram pedir aos pais opiniões e conselhos, em vez disso pesquisam na Internet. Acaba por ser mais cômodo para os pais, porque assim, pelo menos não os aborrecem com perguntas difíceis.

Se refletirmos um pouco, percebemos que vivemos numa sociedade de consumo que procura a todo o custo apoderar-se do nosso tempo livre e captar a nossa atenção, apenas com um objetivo: obrigar-nos a consumir. É assustador o número cada vez maior de horas que os adultos, jovens e até as crianças passam por dia vendo televisão e em frente ao computador. O tempo acaba por ser destinado quase em exclusividade para satisfazer necessidades pessoais já que a outra pessoa fica excluída.

Ninguém tem dúvidas que isto tem consequências na relação entre pais e filhos. Mas, a relação entre o casal também fica atingida. Muitos casamentos acabam por definhar com o tempo, por que não há comunicação. O diálogo e a partilha são indispensáveis para que haja intimidade entre as pessoas. Há coisas que têm que ser ditas. Em alguns casos o silêncio pode ser corrosivo e devastador.

Um casal que atravessava uma grave crise conjugal apresentou-se ao médico para tentar fazer uma terapia de casal. Uma das queixas apresentadas pela mulher era que estava casada há trinta anos e o marido nunca lhe tinha dito, durante aquele tempo, que a amava. Por isso, ela sentia-se profundamente infeliz e insegura. O marido com alguma indiferença respondeu - Disse-lhe que a amava no dia do casamento, como não mudei de ideias, não vejo a necessidade de me repetir.

Prescrição médica: «Uma noite por semana à luz da vela».

Pedro Afonso, psiquiatra no Hospital Júlio de Matos







One night in the light of the candle

I met a person who confessed that his family once a week, spends a night in the light of the candle. It all began on a day when the electricity failed. That night there was no television or radio or computer. Parents and children were left together around a candle lit. The will was fun, talked up, there were stories and time spent quietly. Experience pleased, and the family, from that day decided to go once a week at night to light the candle.
Currently, during the day, was the time to sleep, families have little more than three to four hours to be together. Usually the (un) meeting opened at dinner. The meals are made on the television to watch the news. This time of sharing, for excellence is well wasted: the television is intrusive, as if a wall is there. After dinner, while the youngest is in the room listening to isolate music, playing computer games or surfing the Internet, parents are still hypnotized by the television, distracting themselves with the novel or the reality show of the moment. Time passes, and without giving account, the four hours were consumed at a glance. The other day, the routine repeats.
For any intimacy between people is essential sharing. It is important to reveal the small events that occurred during the day. The good times, the bad, the doubts, the desires, the frustrations, finally., We must share. How else is that we can know each other? If we lose this habit how parents can monitor what is happening with the children? And the couple, how can you have intimacy if there is dialogue?
In today's not at home to discuss the various issues of today, the debates on TV saw that the others do for us. Children have less and less space for imagination. Do not play, they play in front of a computer that someone imagined a game for them. The teenagers ask their parents do not seek opinions and advice, instead search the Internet. Ultimately be more convenient for parents, as well, at least not bore with the difficult questions.
If you reflect a little, we realize that we live in a society of consumption that I have endeavored to take possession of our free time and capture our attention, with only one goal: to force us to consume. It is scary the increasing number of hours that adults, teenagers and even children spend a day watching television and in front of the computer. The time ends up being almost exclusively designed to meet personal needs as the other person is excluded.
Nobody doubts that this has consequences in the relationship between parents and children. But the relationship between the couple is also affected. Many marriages end up with the break time, that there is no communication. The dialogue and sharing are essential to have intimacy between people. There are things that must be said. In some cases, silence can be corrosive and destructive.
A couple going through a marital crisis presented to the doctor to try a therapy for couples. One of the complaints was that the woman was married for thirty years and her husband never had said, during that time that she loved. Therefore, it is felt deeply unhappy and insecure. He responded with some indifference - I told him that I loved her on the day of marriage, and not changed my mind, I see the need to repeat myself.

Prescription: "One night a week to light the candle.
Pedro Afonso, psychiatrist at Hospital Júlio de Matos
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Una noche en la luz de la vela

Conocí a una persona que confesó que su familia una vez a la semana, pasa una noche a la luz de la vela. Todo comenzó en un día en que la electricidad no. Esa noche no hay radio o televisión o del ordenador. Los padres y los niños se quedaron en torno a una vela encendida. La voluntad fue divertido, hasta habló, hubo historias y el tiempo pasado en silencio. Experiencia placer, y la familia, desde ese día decidí ir una vez a la semana por la noche a la luz de la vela.
Actualmente, durante el día, era el tiempo para dormir, las familias tienen poco más de tres a cuatro horas para estar juntos. Por lo general, el (des) encuentro abierto en la cena. Las comidas se hacen en la televisión para ver las noticias. Este tiempo de compartir, de la excelencia está bien perdido: la televisión es intrusiva, como si una pared está ahí. Después de la cena, mientras que la joven se encuentra en la sala para aislar a escuchar música, jugar juegos de ordenador o navegar por Internet, los padres todavía están hipnotizados por la televisión, la distracción con la novela o la demostración de la realidad del momento. El tiempo pasa, y sin dar cuenta, las cuatro horas se consumieron en breve. El otro día, la rutina se repite.
Para toda la intimidad entre las personas es esencial compartir. Es importante revelar a los pequeños acontecimientos que ocurrieron durante el día. Los buenos tiempos, los malos, las dudas, los deseos, las frustraciones, por último., Hay que compartir. ¿De qué otra manera es que podemos saber unos de otros? Si perdemos este hábito cómo los padres pueden controlar lo que está sucediendo con los niños? Y la pareja, ¿cómo puede usted tener la intimidad si no hay diálogo?
En el día de hoy no estaba en casa para debatir los diferentes temas de hoy, los debates en la televisión vi que los demás hacen por nosotros. Los niños tienen cada vez menos espacio para la imaginación. No juegue, que desempeñan en la parte delantera de un equipo que alguien imaginó un juego para ellos. Los adolescentes piden a sus padres no Recabar opiniones y consejos, en lugar de búsqueda de Internet. En última instancia ser más conveniente para los padres, así como, al menos, no aburrir con las preguntas difíciles.
Si reflexionar un poco, nos damos cuenta de que vivimos en una sociedad de consumo que he tratado de tomar posesión de nuestro tiempo libre y capturar nuestra atención, con un único objetivo: nos obligan a consumir. Es el miedo cada vez mayor número de horas que los adultos, adolescentes e incluso niños pasan el día viendo la televisión y en la parte frontal del ordenador. El tiempo acaba por ser casi exclusivamente diseñados para satisfacer las necesidades personales como a la otra persona está excluida.
Nadie duda de que esto tiene consecuencias en la relación entre padres e hijos. Pero la relación entre la pareja también se ve afectada. Muchos matrimonios terminan con la ruptura del tiempo, que no hay comunicación. El diálogo y el intercambio son esenciales para que la intimidad entre las personas. Hay cosas que hay que decir. En algunos casos, el silencio puede ser corrosivo y destructivo.
Un joven atraviesa una crisis matrimonial presentado al médico para tratar una terapia para parejas. Una de las quejas era que la mujer estaba casada durante treinta años y su marido nunca se había dicho, durante ese tiempo que ella amaba. Por lo tanto, se considera profundamente infeliz e inseguro. Él respondió con indiferencia - le dije que la amaba el día del matrimonio, y no cambió mi mente, veo la necesidad de repetir a mí mismo.

Receta: "Una noche a la semana a la luz de la vela.

Pedro Afonso, psiquiatra en el Hospital Júlio de Matos

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